Descrição de chapéu Zona Leste

Monotrilho de SP continua fechado nesta quarta (4)

Linha 15-prata do metrô não tem prazo para voltar a funcionar

São Paulo

A linha 15-prata do metrô, o monotrilho, vai continuar fechada nesta quarta-feira (4), segundo o Metrô. A companhia diz que ainda tenta identificar os danos nos pneus das composições e não dá um prazo para a reabertura da linha.

Os problemas começaram na quinta-feira (27), quando um pneu de um trem se rompeu na saída da estação Jardim Planalto, por volta das 6h40. A composição foi recolhida, mas no domingo (1º) o Metrô decidiu fechar a linha após testes terem constatado o problema em outros trens do monotrilho.

“O Metrô vai responsabilizar o consórcio pelos problemas causados e já estuda juridicamente as formas de penalização. Os prejuízos decorrentes desta paralisação também serão cobrados do CEML”, diz a nota da companhia, ressaltando que “só reabrirá a linha com todas as garantias de seu funcionamento adequado”.

A linha opera com 12 trens, segundo o Metrô. Para atender a demanda de passageiros, a companhia diz ter disponibilizado 60 ônibus articulados dos sistema Paese.

Passageiros pegam o ônibus do sistema Paese na estação São Lucas da linha 15-prata do metrô; problema nos pneus dos trens paralisou todas as composições do monotrilho desde domingo (1º) - Rivaldo Gomes - 2.mar.20/Folhapress

A paralisação da linha 15-prata nos últimos três dias causou vários transtornos aos passageiros.
Deise Aparecida Arruda Basso, 51 anos, moradora da Mooca (zona leste de SP), é servidora pública e faz uso do monotrilho para ir ao trabalho em São Mateus, mas foi surpreendida com a paralisação.

Ela afirma que o percurso de ônibus de sua casa até o trabalho é, em média, de uma hora e meia. “Faço esse trajeto há 30 anos e foi um avanço contar com essa alternativa de transporte. Normalmente, entro no monotrilho em torno das 7h10 e não perco mais de 25 minutos entre as estações Vila Prudente e São Mateus. Porém, é absurdo um sistema tão novo precisar de manutenção em tão pouco tempo. Sempre vejo avisos aos finais de semana sobre testes. Não faz sentido continuar realizando testes por meses se já o utilizamos todos os dias.”

Morador do Jardim Vila Carrão (zona leste de SP), o estudante Nicolas Borges dos Santos, 18 anos, relata a dificuldade para chegar ao seu curso pré-vestibular. O trecho que, normalmente, leva de 20 a 25 minutos para atravessar até a Vila Prudente, passou para mais de 40 minutos. 

“Pego o monotrilho às 6h20, de São Mateus até a Vila Prudente e, na volta, faço o caminho inverso, às 19h. Estou me sentindo prejudicado. É frustrante ver uma obra dessas que, em tese, traria melhoraria para população, só trazendo mais transtorno. Infelizmente, nunca dá para contar com 100% de certeza com o monotrilho”, desabafa.

A funcionária pública Mônica Osaki, 46 anos, do Jardim Vera Cruz (zona leste de SP), conta que utiliza diariamente o monotrilho para ir ao trabalho, na Bela Vista (região central). Ela afirma que não usa o transporte no horário de pico, mas, mesmo assim, está levando o dobro do tempo dentro do ônibus.

“Começo a trabalhar ao meio-dia. Para entender a diferença, de monotrilho levo 25 minutos até o metrô Vila Prudente, mas, de ônibus, demoro até 55 minutos por causa do trânsito”, queixa-se.

Mônica também reclama da demora na entrega da obra. “O trecho até São Mateus foi inaugurado com anos de atraso, pois era previsto para 2014. Moramos em uma área carente em transporte de massa. Sei que a medida do Metrô, de interromper o funcionamento do monotrilho, é uma precaução para segurança dos usuários e da população que mora em torno das vias do monotrilho, mas essas providências deveriam ter sido tomadas antes do seu funcionamento, pois não são as primeiras falhas desde o início de seu funcionamento.”

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