A pandemia de coronavírus está exigindo mudanças comportamentais no mundo todo. O isolamento social recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) implica em novos hábitos para os brasileiros.
Entender que o contágio da doença é feito por meio do contato com objetos ou pessoas contaminadas é o primeiro passo para desacelerar o ciclo.
Para as casas com criança, vale lembrar que, embora elas não sejam foco da preocupação, podem transmitir o vírus. O reforço de hábitos higiênicos como lavar as mãos e não tocar em superfícies possivelmente contaminadas é essencial.
Cláudio Gonsales, infectologista do hospital Emílio Ribas, recomenda o uso de máscaras apenas em caso de sintomas respiratórios, mesmo em casa, para evitar que outros moradores sejam infectados. As idas ao hospital também devem ser avaliadas.
"O quadro é o mesmo de uma gripe, portanto toda situação semelhante é suspeita. Deve-se permanecer em casa até o final dos sintomas. A procura do atendimento médico deverá ocorrer somente se houver falta de ar significativa e tão apenas.”
A consultora de etiqueta social Denise Farah dá algumas dicas de convívio social em tempos de Covid-19. “É imprescindível lembrar que o álcool em gel sem a higienização prévia das mãos é ineficaz. Outra regra básica é levar sempre uma caixinha de lenço com você, para que a tosse ou espirro não impregne sua roupa ou outras pessoas.”
Se for receber alguém em casa, que sejam poucas pessoas. E lembre-se de higienizar bem maçanetas, torneiras, copos e o banheiro. Não tenha medo de parecer rude.
“Não dê a mão, nem beijinho, mantenha distância além do que você gostaria com conhecidos e deixe sempre janelas abertas para o ar circular.”
A empatia é outra máxima no combate ao coronavírus. Entender que o período será de sacrifícios pensando no coletivo é fundamental.
Para o psiquiatra Jairo Bouer, mais do que nunca é hora de a tecnologia ser aliada. “O ser humano é agregador, gosta de confraternizar, ver o outro e essa distância física limitar os encontros. A dica é conectar-se via redes sociais, reclamamos que usamos demais, mas servirá como uma forma de tentar diminuir a sensação de distância.”
Criar hábitos, mesmo em casa, é recomendado
Se estiver trabalhando, determine horários para realizar as tarefas. Durante os momentos de descanso, aproveite para encontrar atividades prazerosas, como ler, assistir a filmes e séries.
Cuidar dos mais velhos e de pessoas com quadro depressivo também são tarefas necessárias durante esse período de isolamento. Bouer explica que a redução de contato afeta diretamente esses dois grupos.
"O isolamento pode ser fator de estresse, portanto é necessário um cuidado maior. Se conhece alguém com depressão, é bom combinar um telefonema por dia, mandar sempre uma mensagem, mostrar que está lá para reduzir o isolamento e criar uma rede de suporte. O mesmo serve para os mais velhos, que precisam de muita conversa para compreender que, por serem grupo de risco, precisam ficar afastados fisicamente dos familiares", diz Bouer.
Oferecer ajuda na hora de fazer compras ou ir à farmácia é um gesto de carinho.
Dicas de etiqueta
- Forneça uma rede de apoio, telefonando ou escrevendo para amigos e familiares durante o isolamento social
- Ajude os mais velhos, com idas ao supermercado ou farmácia
- Entenda que o período é de reclusão, não férias
- Não crie pânico e busque informações de fontes oficiais, como Organização Mundial da Saúde e Ministério da Saúde
- Reforce a importância de lavar as mãos para as crianças, que podem espalhar o vírus mesmo sem pertencer ao grupo de risco
- Não saia de casa se não precisar
- Receba poucas visitas
- Mantenha distância entre as pessoas
- Leve álcool em gel e lenço com você
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