Na manhã desta quinta-feira (7), parte dos estabelecimentos de Cidade Tiradentes (zona leste), fixaram avisos informando sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras para entrar no local. Os comerciantes não permitem o acesso ao local sem a proteção facial. A medida atende o decreto estadual para evitar a propagação do novo coronavírus.
O açougueiro Alexandre Duarte, de 45 anos, fica na porta do comércio em que trabalha com máscara e óculos de proteção. No local, ele coloca álcool em gel na mão dos clientes e orienta sobre a obrigatoriedade de utilizar máscaras para entrar no ambiente. “É preciso utilizar por proteção pessoal e dos outros”. Quem não tem o item, recebe uma versão “simples”, para acessar o local.
Como a empregada doméstica Ana Flávia de Sousa, 33, que recebeu a máscara ao chegar no local. Apesar de estar ciente do decreto, ela afirma que não sabia da necessidade do uso para entrar no açougue.
Nas ruas do bairro, a reportagem constatou que a maioria das pessoas estava utilizando máscara. Mas houve casos em que o item estava abaixo do nariz ou no pescoço. A reportagem não encontrou funcionários da prefeitura orientando ou fiscalizando a região.
O operador de microcomputador Ênio, 56 anos, estava indo ao mercado sem máscara. No entanto, o item estava no bolso. “Tirei porque embaçou os óculos”. Ele afirma que já a utilizava onde havia aglomeração, como no transporte público, mas sem os óculos junto. O operador conta que um colega o orientou sobre como utilizar sem embaçar a lente e irá fazer o teste.
Desde que a quarentena começou, a auxiliar de limpeza Cláudia Regina, 39, não estava saindo de casa. Nesta quinta-feira (7), ela foi pagar as contas com a máscara em um grande supermercado. “Aqui eles estão orientando para usar”. Na região em que mora, ela conta que nem todo mundo está respeitando as medidas de prevenção da quarentena.
O vendedor Amarildo Oliveira, 46, foi impedido de entrar em um estabelecimento comercial por estar sem máscara. Ele afirma que é importante utilizar, mas acabou esquecendo o item em casa e achou que poderia ir à loja mesmo assim. Amarildo não deixou de ser atendido. Os funcionários na porta do local perguntaram o que ele precisava, trouxeram o produto e a compra foi feita.
Messias de Souza, 27, é gerente de um petshop. Ele conta que, até o momento, apenas uma cliente não pôde entrar na loja por estar sem máscara. Após ser orientada por um funcionário, ela colocou o item que estava guardado na bolsa. “É preciso conversar porque é tudo muito novo”, comenta.
Segundo o gerente, há um revezamento entre os funcionários que ficam na entrada. Todos utilizam máscaras. Devido à pandemia, a limpeza foi intensificada, álcool em gel foi disponibilizado nos balcões de atendimento, com marcações para distanciamento pessoal, e uma área de higienização para clientes e funcionários com pia, sabão, água e papel foi criada.
Em uma lanchonete, que está trabalhando apenas com entrega de pedidos, foram colocadas diversas placas avisando a obrigatoriedade do uso de máscaras e uma fita demarcatória. Segundo a atendente Jirlaine Santos, 22, não é permitido entrar sem o item.
Caso algum cliente não esteja utilizando “eu explico e falo para não ficar sem porque a situação está feia”, comenta Jirlaine. Ela acrescenta que uma pessoa que trabalhava em um estabelecimento próximo morreu com o novo coronavírus. “A gente acha que nunca vai acontecer com a gente, mas tá sempre aí. Tem que tomar bastante cuidado”.
Verificação será feita por fiscais das subprefeituras
A Prefeitura de São Paulo, sob gestão Bruno Covas (PSDB), informou que o uso de máscaras será verificado por fiscais das subprefeituras. "A administração municipal focará a fiscalização nos estabelecimentos de serviços essenciais que permitirem clientes, funcionários e frequentadores entrarem sem a sua utilização", afirma em nota.
O estabelecimento que não cumprir a determinação pode ser multado em até R$ 9 mil. Segundo a Prefeitura, "o objetivo não é multar, mas, sim, garantir que as pessoas usem máscaras para evitar o contágio". A gestão afirma que segue as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde), Ministério da Saúde e autoridades sanitárias do Estado e Prefeitura de São Paulo.
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