Confira filmes dos oitentões Cacá Diegues e Al Pacino

Diretor brasileiro e ator norte-americano completaram 80 anos recentemente

O ator norte-americano Al Pacino e o diretor brasileiro Cacá Diegues - Divulgação e Marcus Leoni/Folhapress
São Paulo

A coluna desta semana vai celebrar dois talentos do cinema que completaram 80 anos recentemente: o diretor Cacá Diegues e o ator Al Pacino. Nesta seleção, sugiro sete filmes, três dirigidos por Diegues e quatro estrelados por Pacino, para os leitores assistirem na semana de quarentena que começa. Em seus longas, o cineasta já mostrou o Brasil profundo, a cultura popular e costumes políticos que não mudaram muito nas últimas décadas. Já Pacino está entre os grandes atores norte-americanos de sua geração. Espero que gostem das sugestões. E fiquem em casa!

Cena de "O Poderoso Chefão"
Al Pacino, como Michael Corleone, e Marlon Brando, como dom Vito, em cena de "O Poderoso Chefão" - Divulgação

O PODEROSO CHEFÃO 
Al Pacino já tinha no currículo dois filmes com performances elogiadas, quando foi escolhido para interpretar o personagem que o levou ao estrelato: Michael Corleone, em “O Poderoso Chefão”, de 1972. O papel foi disputado por jovens atores da época: Robert De Niro, Jack Nicholson e Warren Beatty, entre outros. O diretor do longa, Francis Ford Coppola, disse ter optado por Pacino após o teste dele com Diane Keaton, atriz que interpreta Kay, a namorada de Michael. O resto é história: é impossível pensar em outro ator na pele do cerebral Michael Corleone. A saga operística de Coppola acompanha a família mafiosa Corleone, comandada pelo ‘padrinho’ dom Vito, interpretado por Marlon Brando. Ele reservou ao filho Michael um futuro longe dos negócios da família, preparando outro, o explosivo Sonny, para sucedê-lo. Mas a disputa entre os grupos criminosos acaba arrastando Michael para o mecanismo mafioso. Passados mais de 40 anos, “O Poderoso Chefão” ainda é um sucesso de crítica e de público. Um encontro de talentos (Coppola, Brando, Pacino, Diane, James Caan, John Cazale) que resultou em uma obra-prima.

Onde ver
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Canal Paramount: amanhã, às 23h05

Al Pacino em cena do filme "Serpico" - Divulgação

SERPICO
Esta foi a primeira colaboração entre Al Pacino e o diretor Sidney Lumet, em 1973. O filme é baseado na história de Frank Serpico, jovem idealista que ingressa na polícia de Nova York nos anos 1960. Logo ele entra em choque com os colegas e os chefes, ao se recusar a receber subornos. Serpico tenta alertar internamente a corporação mas, sem sucesso, expõe publicamente as irregularidades e sofre retaliações. Para compor o personagem, Pacino convidou o próprio Frank para passar um tempo em sua casa. Em entrevistas, o ator costuma citar a perfomance em “Serpico” como uma das melhores de sua carreira.

Onde ver
iTunes: R$ 9,90 (aluguel) e R$ 24,90 (compra)

O ator Al Pacino como Sonny em cena do filme "Um Dia de Cão", de Sidney Lumet - Divulgação

UM DIA DE CÃO 
Neste filme de Sidney Lumet de 1975, Al Pacino é Sonny, um ex-funcionário de banco que, ao lado de um amigo, assalta uma agência em um dia quente no Brooklyn. O plano é fazer uma ação rápida, e o objetivo de Sonny é conseguir dinheiro para uma cirurgia de seu companheiro. Mas a situação foge do controle, com reféns e uma intensa cobertura da mídia. No longa, Pacino volta a contracenar com John Cazale, que interpreta Sal, o comparsa de Sonny. Os dois haviam trabalhado juntos em “O Poderoso Chefão”, onde Cazale é Fredo, um dos irmãos de Michael Corleone.

Onde ver
iTunes: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
Google Play: R$ 7,90 (aluguel) e R$ 19,90 (compra)
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Cena de "Scarface"
Pacino como Tony Montana em cena de "Scarface", de Brian De Palma - Divulgação

SCARFACE 
Al Pacino volta ao mundo do crime em “Scarface”, desta vez como Tony Montana, um imigrante cubano que se torna chefe de um cartel de drogas na Flórida, nos anos 1980. Pacino constrói um Montana diferente do cerebral Michael Corleone: o personagem é exagerado, esquentado e violento de uma forma mais explícita. Enquanto administra seu império de drogas, ele entra em guerra contra outros cartéis e sucumbe ao vício, em uma espiral de paranoia que toma conta de sua vida e termina em uma sequência sangrenta. Dirigido por Brian De Palma em 1983, o longa tem ainda no elenco a atriz Michelle Pfeiffer.

Onde ver
Netflix: grátis para assinantes
Looke: R$ 6,99 (aluguel) e R$ 58,99 (compra)

A atriz Zezé Motta em cena do filme "Xica da Silva" - Divulgação

XICA DA SILVA 
Zezé Motta é a personagem título do longa de Cacá Diegues, de 1976. Xica é a escrava por quem João Fernandes, um representante da coroa portuguesa se apaixona. O filme se passa no século 18, em Diamantina, onde brotavam diamantes das lavras. Fernandes dá alforria Xica e passa a viver com ela, atendendo seus desejos, entre eles roupas exuberantes e um barco.

Historiadores questionam a interpretação de Cacá para a personagem. Dizem que, ao contrário do estereótipo sexualizado do filme, a ex-escrava manteve por 20 anos uma relação sólida com Fernandes, com quem teve filhos. Décadas mais tarde, Zezé disse ter sofrido assédio em razão do imaginário criado em torno da personagem. Segundo ela, os homens se aproximavam e exigiam dela um comportamento sexual parecido com o de Xica no filme.

Mas o filme tem suas virtudes. Além da interpretação de Zezé, mostra as elites portuguesa e brasileira se aproveitando do bem público e relata um episódio semelhante ao que ocorreu em Brumadinho, no ano passado: o rompimento de uma barragem de uma lavra de diamantes. O Brasil não mudou tanto de lá para cá.

Onde ver
iTunes: R$ 11,90 (aluguel) e R$ 24,90 (compra)

Cena de "Bye Bye Brasil"
Betty Faria e Fábio Jr. em cena de "Bye Bye Brasil", de Cacá Diegues - Divulgação

BYE BYE BRASIL 
Cacá Diegues faz um road movie pelos rincões do Brasil neste longa de 1979. A trama acompanha a Caravana Rolidei, grupo de artistas itinerantes encabeçado pelo mágico Lorde Cigano (José Wilker) e pela cantora e dançarina Salomé (Betty Faria). Rodando o país para se apresentar em pequenas cidades, eles se veem frente a frente com um novo concorrente: a televisão. Decidem então ir a Altamira, pela Transamazônica, onde acreditam que a TV não chegou. Enfim, um filme sobre um país em transformação.

Onde ver
NOW: R$ 3,90 (aluguel)
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O ator Antônio Fagundes em cena do filme "Deus é Brasileiro", de Cacá Diegues - Divulgação

DEUS É BRASILEIRO 
Este filme de 2003 é uma adaptação de um conto do escritor João Ubaldo Ribeiro. No longa, Deus está cansado e decide tirar férias. Mas precisa de um substituto e parte pelo Brasil em busca de um candidato a santo. O Deus de Cacá Diegues é interpretado por Antonio Fagundes. Nesta procura, ele conta com a ajuda de Taoca (Wagner Moura), um borracheiro que se torna um guia, vendo em Deus a oportunidade de ter seus problemas resolvidos. No caminho, eles conhecem a jovem Madá (Paloma Duarte). O filme não chega a ser um clássico, mas vale a pena ser visto, pois é mais um retrato que Diegues faz do Brasil longe das grandes metrópoles.

Onde ver
Prime Video: grátis para assinantes

Hanuska Bertoia
Hanuska Bertoia

47 anos, é formada e pós-graduada em jornalismo. Gosta de ver filmes em qualquer plataforma (TV, celular, tablet), mas não dispensa uma sala de cinema tradicional.

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