Desde as 3h deste domingo cerca de 80 quilos de costela permaneceram rodeadas de fogo, na calçada de uma churrascaria, chamando a atenção de pedestres e motoristas que passaram pela avenida Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello, na Vila Prudente, na zona leste da capital paulista.
O churrasco ao ar livre foi uma ideia do empresário Nathan Eduardo Marcon, que decidiu reproduzir na calçada de seu estabelecimento, fechado para clientes em razão da quarentena, o tradicional costelão de fogo de chão, popular maneira de se assar carne na região sul do país.
Em decorrência da pandemia da Covid-19, funcionários que preparavam a carne, todos de máscaras, ficaram distanciados do público por uma faixa de contenção. Clientes só foram ao local, de carro, para pegar suas porções de carne e voltar para casa.
Natural de São Miguel do Oeste (SC), a 650 km de Florianópolis, Marcon afirmou que neste domingo organizou pela primeira vez o costelão de chão, em quase um ano de funcionamento da churrascaria Nativas.
“Posso afirmar que aumentou em 50% a procura por costela neste domingo, em relação a fins de semana anteriores”, garantiu o empresário. Ele acrescentou ainda que, desde o início da quarentena, o movimento em seu comércio caiu mais de 90%.
As costelas assaram por cerca de oitos horas, até as 11h, quando foram disponibilizadas para a venda. Em pouco mais de duas horas, todos os 80 quilos da iguaria foram vendidos. “Não deu nem para o cheio”, comemorou Marcon, garantindo que no próximo domingo fará tudo de novo, acrescentando ao cardápio carne de porco.
Lenha, fogo e paciência
Fagner da Silva Pinto, 27 anos, um dos churrasqueiros das costelas de chão, explicou que, antes de acender o fogo, colocou as peças de carne em espetos, posteriormente encaixados em suportes metálicos.
Depois disso, ele rodeou as costelas, já suspensas nos suportes, com toras de eucalipto, nas quais ateou fogo a uma distância de aproximadamente 80 centímetros das carnes. “Como ventou muito de madrugada e de manhã, demorou um pouco mais para a carne assar”, explicou.
O tempo médio para a costela assar é de seis horas, mas em decorrência da ventania, as costelas ficaram prontas em cerca de oito horas.
Comida para um batalhão
Vivendo em São Paulo há 35 anos, o técnico em eletrônica Retty Salas, 53 anos, relembrou do Paraguai, sua terra natal, ao presenciar o costelão de fogo de chão, no meio de zona leste.
Cliente assíduo da churrascaria Nativas, ele comprou cinco quilos de costela, que iria dividir com a família neste domingo. “Venho três vezes por semana aqui [churrascaria]. Mas hoje [domingo], é a primeira vez que compro o costelão. Vou logo levar a costela para casa, para dividir com todo mundo.”
Uma porção para quatro pessoas custa R$ 89,00.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.