Moscas invadem casas na zona oeste de São Paulo

Moradoras de região que faz limite com Osasco reclamam de lixão em terreno

São Paulo

Moradores dos bairros João 23, Amaralina e Parquê Ipê (zona oeste), que ficam próximos ao limite entre os municípios de São Paulo e Osasco, afirmam sofrer com a presença de uma grande quantidade de moscas nas últimas semanas.

Os insetos vêm de um aterro no número 451 da avenida Arterial Sul, na altura do km 20 da rodovia Raposo Tavares.

Lixão em terreno na zona oeste de São Paulo causa transtornos em moradores da região e problema com moscas - Rubens Cavallari/Folhapress

O terreno, segundo os moradores, existe há bastante tempo, mas o descarte de lixo foi observado apenas nas últimas semanas.

“Acreditamos que a invasão seja por causa de um lixão que tem próximo daqui. O aparecimento das moscas é no sentido do Amaralina e da Vila Nova Esperança”, afirma Claudia Ferucio Estevam, 44 anos, que mora próximo ao terreno.

Segundo a professora, um agravante é que o terreno “fica ao lado do Parque Estadual Jequitibá, remanescente de Mata Atlântica, que surgiu após muita luta [dos moradores] da região”. “Eu fiz uma reclamação na Cetesb [Companhia Ambiental do Estado de São Paulo], mas pelo endereço do aterro ou lixão indicaram que eu fizesse a reclamação em Osasco pois eu estou em São Paulo e o terreno do lixão em Osasco”, conta.

A confeiteira e técnica em nutrição Ana Cristina Pereira dos Santos afirma que por muito tempo pensava no terreno estivesse ocorrendo terraplanagem para alguma construção por causa do barulho constante que ouvia no local.

Até que os insetos começaram a aparecer em sua casa. “É o dia todo, nem a noite elas dão trégua”, afirma. “Eu, que trabalho com doces, fico em uma situação complicada”, diz a moradora do bairro João 23.

Respostas

A reportagem questionou as administrações municipais das duas cidades sobre os problemas relatados pelos moradores, que envolve saúde pública, descarte inadequado de lixo e meio ambiente, já que o terreno fica próximo da Mata Atlântica.

Em nota, a Prefeitura de Osasco, gestão Rogério Lins Wanderley (Podemos), afirma que Osasco tem apenas um único Aterro Sanitário, no Jardim Açucará. "A região mencionada na demanda pertence à Prefeitura de São Paulo: ecoponto Raposo Tavares".

Por telefone, a Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), disse a reportagem que o terreno pertence a uma empresa particular, mas não soube informar o nome da empresa, quais atividades ela exerce e nem a situação legal do local. A gestão da capital disse ainda que o local é de responsabilidade da Prefeitura de Osasco.

Nenhuma das duas administrações municipais informou a reportagem como é feita a fiscalização de aterros sanitários e do descarte de lixo na capital e na cidade de Osasco.

Já a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), empresa responsável pelas fiscalizações ambientais sob administração do governo do estado, gestão João Doria (PSDB), disse em nota que não poderia responder as questões da reportagem sobre o problema nos bairros da zona oeste por causa da emenda do feriado de Corpus Chisti. E que responderá na segunda-feira (15).

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