Técnica em enfermagem se livra da intubação no caminho da cura

Com falta de ar, ela diz que recuperação surpreendeu até os médicos

São Paulo

Por bem pouco Janaína Mayumi Marques Takahama, 41, não precisou ser intubada durante o tratamento para se curar do novo coronavírus. Não que os médicos não quisessem, mas a técnica em enfermagem implorou para o procedimento não ser feito, por ser muito invasivo.

“Fiquei três dias na unidade semi-intensiva e o médico não me deixava levantar para nada, nem para fazer xixi. Por isso, tive de ficar de fralda. Não dava para ficar sem a máscara de oxigênio. Pensaram em me intubar, mas, como sou da área e sabia das consequências depois, pedi pelo amor de Deus para não me intubarem. Eu respirava devagarinho e graças a Deus consegui sair dessa. Até os médicos ficaram surpresos”, conta Janaína, que passou cinco dias internada no Hospital Geral de Vila Penteado (zona norte de SP).

A técnica em enfermagem Janaína Mayumi, moradora de Franco da Rocha (SP), se livra da intubação e vence o novo coronavírus
A técnica em enfermagem Janaína Mayumi, moradora de Franco da Rocha (SP), se livra da intubação e vence o novo coronavírus - Arquivo Pessoal

O drama de Janaína começou na primeira semana de maio, quando acordou com forte dor de cabeça. Como sofre de enxaqueca, ela diz não ter prestado muita atenção e apenas tomado dipirona. Trabalhou normalmente e, no dia seguinte, passou a sentir dores em todo o corpo e com a sensação de febre interna, que dava muita sede. “Não conseguia nem colocar o pé no chão.”

Na sequência, perdeu o olfato e o paladar. O que ela mais estranhou é que duas semanas antes ela havia sentido sintomas parecidos e o resultado do teste da Covid-19, que fez na época, havia sido negativo. Ela ficou de molho no fim de semana e, na segunda-feira, muito ofegante, resolveu procurar ajuda médica.

“Fui a um posto em Franco da Rocha (SP), onde moro, e a médica me mandou tirar um raio-X. Ela disse que estava tudo esbranquiçado no meu pulmão e a saturação de oxigênio no sangue estava muito baixa. Já me deixou isolada, com máscara de oxigênio, e disse que eu ia ser internada. Foi um desespero grande”, diz, explicando que depois ainda foi levada para um hospital da cidade para fazer um exame de tomografia, que confirmou a lesão típica do novo coronavírus.

Com falta de leitos na região, Janaína seria transferida para o Hospital de Campanha do Anhembi, na zona norte da capital, mas ela pediu para ser levada para o Hospital Vila Penteado. “Só consegui ir para lá com a ajuda da enfermeira Silvia. Ela foi uma bênção para mim.”

Outra pessoa a quem Janaína faz questão de agradecer é a proprietária da casa que aluga em Franco da Rocha, onde mora sozinha. “A dona Maria cuidou muito bem de mim. Eu só ficava de repouso antes de ser internada e na saída do hospital, e ela me trazia almoço, café, frutas, foi uma bênção”, conta a técnica em enfermagem, que já voltou a trabalhar, mas ainda luta contra algumas sequelas. O olfato e o paladar demoraram quase um mês para voltar ao normal e ela ainda sente cansaço quando faz esforço.

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