Moradores do bairro União de Vila Nova, que fica no distrito da Vila Jacuí, na zona leste da capital paulista, participaram da testagem para detecção do novo coronavírus, nesta quarta-feira (15). Este foi o segundo dia da ação que já foi aplicou 3.593 testes rápidos.
O local foi escolhido por ser um dos bairros com a maior incidência da Covid-19, na cidade de São Paulo, considerando as regiões de maior vulnerabilidade social do município.
Jardim Ângela e Capão Redondo (com destaque para Paranapanema e Jangadeiro), Sacomã e Heliópolis, Sapopemba (Sinha 1 e 2), toda a região da Brasilândia (Parque Belém, Vitória Régia, Ana Maria) e região de Cachoeirinha (Jardim Peri) são outras localidades consideradas com grande presença do coronavírus.
Quem tiver o diagnóstico positivo no teste rápido, será submetido ao teste chamado PCR, para contraprova, na quinta (16) e na sexta (17). Os moradores infectados pelo novo coronavírus serão encaminhados para a UBS (Unidade Básica de Saúde) da região e monitorados.
O mapeamento das áreas vulneráveis da capital paulista com alta incidência de morte pelo novo coronavírus foi realizado pela Secretaria de Habitação do Estado de São Paulo e levou em consideração dados epidemiológicos como número de óbitos e de casos registrados e os fatores sociais de cada bairro.
"Estas são as regiões mais afetadas, onde as pessoas estão vindo a óbito, as pessoas dessas regiões não tem acesso aos testes da rede privada, por conta da questão financeira", explica Fernando Marangoni, secretário executivo de habitação de São Paulo e coordenador do Programa de Testagem em Áreas Vulneráveis.
"Começou já tem algum tempo [o mapeamento das regiões mais afetadas]. Na última quinta-feira, a equipe de campo esteve na comunidade para ter contato com as pessoas e explicar sobre a testagem", disse.
Segundo ele, o programa é desenvolvido em parceria com cada prefeitura. A primeira cidade foi justamente São Paulo e o cronograma dos próximos bairros que serão testados será definido no fim de semana e divulgado na semana que vem.
A proposta é que o mapeamento também ocorra em outras regiões do estado, "iremos ampliar para a Baixada Santista e na Grande São Paulo deveremos começar por Santo André", conta.
Os dados serão compartilhados com os outros orgãos estaduais e com as prefeituras que participarem. O mapeamento permite verificar com mais precisão quais localidades dentro dos bairros estão sendo atingidas pela doença ", afirma Marangoni.
Erika de Oliveira Candido Silva, 25 anos, esteve no local e considera positiva a ação. "Muito bom fazer para tirar várias dúvidas. Ainda mais que aqui em casa meu pai ficou internado. A gente ficou com muitas dúvidas se realmente só ele pegou ou se a gente pegou e não sentiu nada", conta a moradora da União de Vila Nova.
Para a auxiliar de marketing, que está desempregada no momento, "quando a pessoa sabe que está com o vírus ela vai tomar mais cuidado do que já está tomando".
O empresário Alexandre dos Santos Silveira , 43, morador de São Miguel Paulista, concorda que se as pessoas souberem sobre a doença irão se cuidar melhor. Ele também considera acertada a escolha do local para as testagens. "Acho bacana por ser uma comunidade carente onde os recursos nunca chegam e quando algo chega é escaço"
Além da Secretaria de Estado da Habitação e da Prefeitura de São Paulo, o programa também contou com a parceria do Instituto Butantan. Segundo a secretaria, a capital paulista foi escolhida para iniciar a testagem por concentrar o maior número de pessoas em situação de vulnerabilidade social e vivendo em moradias precárias - cortiços, loteamentos irregulares e comunidades.
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