Descrição de chapéu Zona Sul Coronavírus

Salões mudam rotina para atender clientes após reabertura na capital paulista

Estabelecimentos precisam seguir regras rígidas de higiene e de distanciamento para realizar atendimentos

São Paulo

Salões de beleza mudaram suas rotinas de atendimento a clientes após serem autorizados a reabrir as portas, desde segunda-feira (6), na capital paulista. Os estabelecimentos estavam fechados desde 20 de março, quatro dias antes de a quarentena entrar oficialmente em vigor no estado de Sâo Paulo.

Segundo protocolo assinado pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) no sábado (4), salões de cabeleireiros e barbeiros podem funcionar desde que sigam regras rígidas como o uso de protetor facial, aventais com mangas compridas e toucas.

O salão de Gabriela Albuquerque retomou o atendimento a clientes nesta terça-feira (7), no bairro Cidade Dutra (zona sul). Durante este período, todos os prestadores de serviço da empresa mantiveram distanciamento social, garantiu Gabriela, que também é maquiadora.

Ela explicou que seu salão já exigia o uso de máscara para a realização de procedimentos estéticos, além de manter uma rotina rígida de higiene. “O que mudou foi que, agora na pandemia, o pessoal do atendimento usa máscaras e as faxinas, principalmente no banheiro, foram reforçadas para uma por hora”, garantiu.

A maquiadora Gabriela Albuquerque usa máscara e proteção acrílica no rosto para atender cliente, nesta terça-feira (7), na zona sul da capital paulista - Rubens Cavallari/Folhapress

Além disso, a empresa de Gabriela oferece álcool em gel em todos suas dependências, mantém uma sala exclusiva para esterilização de insumos, indica distanciamento entre clientes, usando cartazes, além de contar com um termômetro para aferir a temperatura das pessoas, antes de serem atendidas entre as 10h e 17h. "Antes de agendar o atendimento também perguntamos se o cliente está com algum sintoma [semelhante ao da Covid-19]", acrescentou.

Menos atendimentos

Antes da quarentena, a média de atendimentos no salão era de 25, em dias de semana, e 40 aos sábados. Na manhã desta terça, até por volta do meio-dia, somente três clientes haviam sido atendidas no local, de acordo com Gabriela.

Uma delas é a estudante Giovanna Elis Fustinoni, 18 anos. Ela afirmou que, antes da quarentena, ia ao menos uma vez por semana ao centro estético. Porém, em decorrência do fechamento do local, por causa da pandemia, aprendeu em casa, vendo vídeos na internet, como fazer sobrancelhas e as unhas das mãos e pés. “Mas é lógico que fazer em casa não fica a mesma coisa”, disse.

Ela acrescentou não se sentir exposta a eventuais contaminações pela Covid-19 no salão da zona sul, por causa das medidas de prevenção tomadas no local.

Praticamente ao lado do salão de Gabriela existe uma barbearia, onde também funcionava um bar antes da quarentena. O local segue a risca os protocolos sanitários, inclusive fazendo a desinfecção do espaço usando ozônio, no período da noite.

O barbeiro Marcos Vinícius da Silva, 26 anos, disse que atendia cerca de dez clientes por dia, antes da quarentena. Após a reabertura do espaço, nesta segunda-feira (6), ele garantiu ter atendido seis pessoas. "Também vamos manter o bar daqui fechado, durante a pandemia, para que nenhum cliente se sinta tentado a ficar no salão", afirmou.

Cerca de 13 mil ficaram desempregados na capital paulista

Desde o início da quarentena, até esta semana, cerca de 13 mil profissionais de salões de beleza ficaram sem emprego na capital paulista, onde também 4.350 estabelecimentos fecharam definitivamente as portas. As informações são da ABSB (Associação Brasileira dos Salões de Beleza).

Já no estado, ainda de acordo com a entidade, 45 mil pessoas ficaram desempregadas e 16 mil estabelecimentos faliram, representanto 5,2% dos 302 mil comércios do setor, que funcionavam antes da pandemia da Covid-19.

Luciana Botelho, diretora da associação, afirmou que todas os salões respeitaram 100% a quarentena nos 15 primeiros dias, decretados pela gestão João Doria (PSDB), em 24 de março. Após isso, ela acrescentou que alguns profissionais começaram a fazer atendimentos na casa dos clientes, colocando em risco a saúde de ambos.

“O governo estadual não endendeu que os salões são um serviço essencial, pois muito além da questão estética, eles cuidam da saúde dos clientes como em casos de problemas capilares, como a psoríase [quando se formam ‘escamas’ no couro cabeludo]”, exemplificou.

Sobre os protocolos sanitários, ela acrescentou que os salões já os cumpriam antes da pandemia do novo coronavírus. “Somente os estabelecimentos que não mantinham uma rotina de precausões que devem ter sentido agora [a necessidade de cumprimento das regras para reabertura dos salões].”

Veja as novas regras

Salões de beleza, estética e barbearias

  • Ocupação deve ser limitada a 40% da capacidade máxima
  • Disponibilizar álcool em gel 70% para higienização das mãos e medidas para higienização das solas do sapato, como um borrifador com álcool 70% ou água sanitária, para funcionários e clientes
  • Deixar em evidência a indicação de distanciamento mínimo de 1,5 m entre as pessoas
  • Aferir a temperatura dos clientes antes de entrar no estabelecimento
  • Uso obrigatório de máscaras para clientes e funcionários
  • Os atendimentos devem ser realizados, preferencialmente, mediante agendamento prévio, evitando-se filas de espera
  • Questionar se o cliente apresentou febre ou sintomas de gripe antes de agendar o horário
  • Deixar margem de tempo entre os agendamentos para realizar higienização dos equipamentos
  • Os funcionários deverão utilizar touca, máscara reutilizável e óculos de proteção ou protetor facial, gorro, avental impermeável de mangas longas e luvas para tratamentos.
  • Dois ou mais profissionais estão proibidos de atender o mesmo cliente de forma simultânea
  • Deixar os primeiros horários da agenda para pessoas do grupo de risco, como idosos, hipertensos, diabéticos etc


Fonte: Diário Oficial da Prefeitura de São Paulo

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