O prefeito Bruno Covas (PSDB) creditou às pessoas de fora da capital paulista o aumento no número de internações na cidade por Covid-19. Em entrevista ao SP1, da TV Globo, nesta segunda-feira (30), também negou falta de transparência na divulgação da real situação da pandemia durante o período eleitoral, que terminou neste domingo (29) com a vitória do tucano.
"A pandemia continua a ser um desafio a ser enfrentado. Dez dias atrás, teve um coletiva aqui na Prefeitura de São Paulo, mostrando os dados da cidade. Inclusive, são atualizados diariamente pelo boletim em que a prefeitura mostra o que acontece", afirmou.
Segundo Covas, há estabilidade em relação ao número de casos e de óbitos, com aumento na quantidade de internações. "Esse aumento tem que levar em consideração a redução da quantidade de leitos referenciados Covid-19, em especial na rede privada", disse. "Em segundo lugar, um aumento na quantidade de pessoas de fora da cidade que vêm se tratar aqui. Antes, isso era de 13%, hoje é de 20%. As internações são de pessoas de fora da cidade e não podem qualificar a evolução da pandemia na cidade", completou.
De acordo com boletim divulgado neste domingo pela Secretaria Municipal de Saúde, havia 855 pessoas internadas em leitos de hospitais municipais e particulares contratados pela prefeitura. O número é 2,5% maior que o domingo (22) anterior, quando 834 pessoas com o novo coronavírus estavam internadas.
A taxa de ocupação de UTI passou de 48% para 49% no período, também em leitos municipais ou contratados pela gestão Covas. Ao todo, o município tem 406.903 casos confirmados da doença desde o início da pandemia, em março, e mais de 15 mil mortes confirmadas.
O prefeito reeleito também disse que aguardaria o comunicado oficial do governo estadual, sob a gestão do também tucano João Doria, sobre a regressão da capital paulista à fase amarela para tomar uma decisão em conjunto com a vigilância sanitária do município.
No início da tarde desta segunda, o governador anunciou na que a cidade de São Paulo vai regredir para a fase amarela do Plano SP, assim como as outras regiões do estado que já estavam na fase verde. Com a decisão, comércios e serviços vão voltar a funcionar menos horas por dia.
"Muitas das atividades que nós liberamos na fase verde, o Estado já havia liberado na fase amarela. Fomos mais cautelosos e esperamos a fazer. Assim que o Estado se pronunciar, nós vamos ouvir a nossa vigilância sanitária e verificar quais as medidas a serem feitas", disse.
Covas também afirmou que não foi precoce a desativação dos hospitais de campanha, porque a sua gestão teria entregue oito novos hospitais durante a pandemia. "Temos mais 1.000 leitos na cidade, que foram acrescentados aos 507 que já existiam. Temos espaço para mais 200 que foram descredenciados para a Covi-19 e que podem voltar a ser credenciados. A gente tem a possibilidade de voltara a conveniar com a rede privada, da mesma forma fizemos também no momento mais difícil da pandemia, de poder comprar da rede privada",falou.
O prefeito também afirmou estar tranquilo em relação à capacidade de atender os pacientes. "O que temos de rede instalada e de forma permanente nós dá tranquilidade de quem ninguém vai ficar sem atendimento na cidade", disse à TV Globo.
O prefeito ainda disse que ainda não há previsão de quando as aulas serão retomadas no município. "Como avaliamos que há uma estabilidade, nenhuma involução ou evolução, entendemos melhor não ampliar a flexibilização e não liberamos o ensino fundamental", disse. "Estamos aguardando melhorar o quadro da pandemia na cidade para poder avançar no ensino fundamental. Agora, não adianta querer trazer para São Paulo ações que foram realizadas mundo afora em cidades que tiveram que voltar a decretar lockdown", completou.
Segundo Covas, é mais difícil o diagnóstico e o controle da pandemia entre crianças e adolescentes. "Temos que tomar ações baseados em números produzidos pela vigilância sanitária, que mostram que, em São Paulo, um terço da população é assintomática, mas quando a gente pega a faixa de 4 a 14 anos de idade praticamente dois terços são assintomáticos, o que dificulta muito mais o controle. Não será uma simples medição de temperatura que vai impedir que uma criança, com Covid-19, possa ir para dentro da escola", falou.
Transporte
Outro tema abordado durante a entrevista foi a possibilidade de aumento na tarifa do transporte público em 2021. O reajuste não foi descartado por Covas. "A gente ainda não conseguiu chegar a um acordo com o governo estadual. Agora, em dezembro, será nosso prazo limite para definir isso, considerando o valor da inflação e também a grande econômica e social que se abateu sobre São Paulo, o Brasil e o mundo", disse. "Assim que definir o número, vamos torná-lo público", afirmou.
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