Marlon do Uber quer ser o porta-voz dos motoristas de aplicativo na Câmara de SP

Eleito pelo Patriota com 25,6 mil votos, Marlon diz ser o primeiro representante da categoria no Legislativo do Brasil

São Paulo

Eleito com 25.643 votos, o futuro vereador Marlon do Uber (Patriota) promete ser o porta-voz dos motoristas de aplicativo na Câmara Municipal de São Paulo. O objetivo, segundo ele, é combater os abusos cometidos pelo poder público e pelas empresas contra os condutores autônomos.

O vereador eleito Marlon do Uber (Patriota) promete defender os motoristas de aplicativo na Câmara Municipal - Divulgação

"Nos últimos quatro anos, os motoristas de aplicativo tiveram muitos problemas com a Prefeitura de São Paulo. Sempre fomos perseguidos. Houve apreensão ilegal dos carros e orientação para os fiscais de trânsito multarem injustamente os motoristas", comenta.

Na opinião dele, os táxis têm muita preferência na cidade. Ele cita como exemplo a região do aeroporto de Congonhas, na zona sul. O vereador eleito diz ter sido o primeiro candidato do Brasil a ter como bandeira de campanha a defesa dos profissionais que prestam serviços aos aplicativos de carona.

Apesar de ser de um partido ligado à direita, ele espera ter o apoio de políticos da esquerda em suas pautas. "Vou usar o discurso de que essa é uma luta boa para o trabalhador", acrescenta.

Durante a campanha, Marlon afirma que também recebeu o apoio de pessoas que trabalham com entregas para aplicativos como iFood, Rappi e Uber Eats. A candidatura foi impulsionada por um canal no YouTube, o Uber do Marlon, que tem mais de 610 mil inscritos.

Marlon diz ser contrário à ideia de que os condutores de aplicativo tenham de ser enquadrados como funcionários das empresas. "Eles são profissionais liberais. Mas entendo que os aplicativos fazem exigências que não deveriam fazer. Por exemplo: o motorista faz uma corrida e não sabe para onde vai, quanto vai ganhar e quem vai levar. Há também uma taxa de aceitação de corridas que tem que ser cumprida. Uma corrida tem que ser uma oportunidade", complementa.

Ele reconhece, no entanto, que, como vereador, não conseguirá resolver todas as demandas da categoria. Porém, pretende usar a influência política para levar o debate para o que chamou de esferas federais.

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