Confira seis pérolas do cinema na Netflix

Filmes mais antigos não são o forte do streaming, mas há boas opções no catálogo

A atriz Sophia Loren em cena de "O Signo de Vênus"
A atriz Sophia Loren em cena de "O Signo de Vênus" - Divulgação
São Paulo

A Netflix, um dos principais serviços de streaming do mundo, é conhecida por seu catálogo recheado de séries e filmes, a maioria recente, dos anos 2000. Mas nos últimos anos, a empresa também se voltou para a produção, e com isso, passou a figurar entre os principais indicados para prêmios com o Globo de Ouro (neste ano, recebeu 22 indicações por produções de cinema) e o Oscar. Mas se vai bem entre as novidades, a Netflix peca pela falta de títulos mais antigos. Uma simples visita à área de “clássicos” do serviço já mostra que eles não são o forte do streaming. No entanto, basta procurar um pouco e é possível encontrar produções mais antigas, algumas delas pérolas cinematográficas. Confira a seguir algumas delas.

Cena do filme "Silverado"
Cena do filme "Silverado", do diretor Lawrence Kasdan - Divulgação

SILVERADO (1985)
Este faroeste de 1985 faz as honras do gênero no catálogo da Netflix. O filme é dirigido por Lawrence Kasdan, roteirista de longas da saga “Star Wars” e de “Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida”, entre outros. Na trama, dois irmãos, um açougueiro e um homem deixado à própria sorte no deserto se conhecem no meio do oeste americano e rumam para a cidade de Silverado. Lá, encontram uma comunidade dominada por um xerife corrupto e, cada um por sua razão, se unem para libertá-la da tirania. O filme pode ser visto como uma homenagem de Kasdan aos grandes faroestes do cinema. Nele, há elementos de vários clássicos do gênero, a começar pelos amigos que defendem Silverado, como em “Sete Homens e um Destino”. Há ainda uma debandada de bois, como em “Rio Vermelho”, um duelo na principal rua da cidade e inúmeras cavalgadas pelo terreno árido do oeste. O filme não chega a ser um clássico, mas é boa diversão para os fãs do gênero.

Cena do filme "Let Il Be Light"
Cena do documentário "Let There Be Light", de John Huston - Divulgação

LET THERE BE LIGHT (1980)
Durante a Segunda Guerra Mundial, o diretor John Huston foi contratado pelas Forças Armadas americanas para fazer uma série de documentários.”Let There Be Light” é um deles, filmado quando a guerra já havia terminado. Em 1946, Huston acompanhou o dia a dia de soldados em um hospital psiquiátrico do Exército, desde atividades recreativas até conversas com terapeutas. O que se vê são homens traumatizados, que, após enfrentar a morte e os horrores da guerra, voltam para casa sem saber quem realmente são. Como um filme encomendado, a narração por vezes é muito pomposa, o que é compensado pelas crueza ao mostrar os efeitos da guerra nos soldados. Depois de pronto, o Exército proibiu o filme, sob argumento de que ele invadia a privacidade dos retratados. O longa foi liberado apenas nos anos 1980.

Cena do filme "O Signo de Vênus"
As atrizes Sophia Loren e Franca Valeri em cena do filme "O Signo de Vênus" - Divulgação

O SIGNO DE VÊNUS (1955)
O catálogo da Netflix possui três filmes antigos da atriz Sophia Loren. Nesta comédia italiana de Dino Risi, ela é Agnese, jovem romana cortejada por muitos homens por causa de sua beleza. A personagem central, no entanto, é a prima dela, Cesira, interpretada por Franca Valeri, jovem que busca o amor, mas, sem tanta beleza, sempre é preterida pelos rapazes em favor de Agnese. Ela procura uma cartomante para saber o seu futuro e vê três possíveis pretendentes em sua vida. Também faz parte do elenco o diretor Vittorio De Sica, interpretando um poeta que não tem onde cair morto e é um dos interesses românticos de Cesira. O cineasta foi um dos grandes parceiros de cinema de Sophia Loren, sendo o autor de alguns dos principais filmes da atriz.

Michelle Pfeiffer e Daniel Day-Lewis em "A Época da Inocência", de Martin Scorsese
Michelle Pfeiffer e Daniel Day-Lewis em "A Época da Inocência", de Martin Scorsese - Divulgação

A ÉPOCA DA INOCÊNCIA (1993)
O diretor Martin Scorsese adaptou magistralmente para o cinema o romance homônimo da escritora Edith Wharton sobre a alta sociedade nova-iorquina no final do século 19. Na trama, o advogado Newland Archer, interpretado por Daniel Day-Lewis, é apaixonado pela condessa Olenska (Michelle Pfeiffer). Independente, ela deixou o marido abusivo na Europa e se refugiou em Nova York, situação que é vista como um escândalo. Mas Newland tem uma noiva, May (Winona Rider), adequada aos padrões da sociedade. Conhecido por obras como “Taxi Driver” e “Touro Indomável”, Scorsese já disse que considera “A Época da Inocência” seu filme mais violento, claro que não pela violência física, mas em razão da carga emocional que envolve os personagens.

Cena do filme "Fuga de Alcatraz"
O ator Clint Eastwood em cena do filme "Fuga de Alcatraz" - Divulgação

ALCATRAZ, FUGA IMPOSSÍVEL (1979)
Clint Eastwood estrela esse longa baseado em uma fuga espetacular da prisão de Alcatraz, que funcionava na ilha de mesmo nome, na baía da cidade de São Francisco, nos EUA. A inspiração é o livro “Fuga de Alcatraz”, de J. Campbell Bruce, que conta a história do prisioneiro Frank Morris, interpretado por Eastwood. Quando chega à penitenciária, em 1960, Morris logo é avisado que ninguém consegue escapar do local. Mas não tarda e ele vê a possibilidade de fuga (o concreto de sua cela está apodrecendo) e arregimenta colegas de detenção para a empreitada. O longa foi rodado na prisão de Alcatraz, que funcionou na ilha entre 1934 e 1963. Hoje, o local é visitado por turistas.

O ator Christopher Reeve em cena do filme "Em Algum Lugar do Passado" - Netflix

EM ALGUM LUGAR NO PASSADO (1980)
Esse clássico dos anos 1980, estrelado pelo Superman Christopher Reeve, fez muita gente suspirar nos cinemas. O ator interpreta o jovem dramaturgo Richard Collier, que, ao ver uma fotografia, se apaixona por uma mulher do passado (Jane Seymour) e tenta voltar no tempo para encontrá-la. Para isso, faz uma espécie de hipnose, ouvindo várias vezes a própria voz gravada, que diz que ele está em outra época. Logo ele se vê nos anos 1910 em um hotel em Michigan. Lá conhece a atriz Elise McKenna, a mesma mulher do retrato, e o romance acontece. Mas o futuro que ele deixou para trás reaparece, cobrando um preço alto. A trilha sonora desta história de amor, de John Barry, fez muito sucesso na época.

Hanuska Bertoia
Hanuska Bertoia

47 anos, é formada e pós-graduada em jornalismo. Gosta de ver filmes em qualquer plataforma (TV, celular, tablet), mas não dispensa uma sala de cinema tradicional.

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