Pais fazem fila em porta de escola de SP atrás de informação sobre volta às aulas

Responsáveis foram a colégio na zona leste nesta segunda para tirar dúvidas sobre início das aulas e esquema de rodízio dos estudantes

Gabriela Bonin
São Paulo

Com o retorno das aulas presenciais da rede estadual, uma fila de pais e responsáveis se formou nesta segunda-feira (8) em frente à Escola Estadual Professora Apparecida Rahal, em Itaquera (zona leste). O motivo era buscar informações sobre o início do ano letivo e saber quando seus filhos devem comparecer à unidade.

Na porta da escola, listas informam os nomes dos estudantes que podem retornar presencialmente já nesta primeira semana. O limite de presença estabelecido pelo estado é de 35% do total de estudantes nesta primeira fase do retorno. Na unidade de Itaquera, os alunos estão sendo divididos em grupos de 8 ou 9 estudantes que irão se alternar semanalmente, em um esquema de rodízio.

Pais formam fila para sanar dúvidas na E.E. Professora Apparecida Rahal, na zona leste, no primeiro dia de volta às aulas nas escolas da rede pública estadual de São Paulo. - Rivaldo Gomes/Folhapress

"O retorno presencial não exclui as aulas online", afirmou uma das funcionárias da escola aos pais. Nas semanas em que o estudante não estiver na escola, as aulas retomas continuam normalmente e são obrigatórias. Às sextas-feiras, será divulgada a lista de nomes dos alunos que compõem o grupo presencial da semana seguinte.

A auxiliar de limpeza Maria das Graças da Silva, 43, é uma das mães que esteve na porta do colégio para ter mais informações sobre a volta às aulas. Ela tem três filhas que estudam na escola Professora Apparecida Rahal e, ao chegar lá, descobriu que uma delas está na lista de alunos que pode comparecer às aulas nesta semana.

"Estamos sem internet em casa e, por isso, o certo é voltar às aulas mesmo", conta Maria. "Mas acho perigoso e fico preocupada com as salas fechadas e abafadas", complementa. Segundo a secretaria da escola, a divisão em grupos foi feita justamente para permitir que se cumpra o distanciamento social junto a outras medidas, como uso de álcool em gel e máscaras.

Na fila, algumas mães reclamam sobre o uso dos grupos em redes sociais para comunicação e alegam que as informações não estão chegando no Whatsapp. Segundo a secretaria, os grupos das salas ainda estão sendo criados e o objetivo é enviar semanalmente as listas com os nomes dos alunos que terão aulas presenciais.

A auxiliar de dentista Eliane dos Santos Braga, 38, optou por não deixar que seu filho Augusto, de 15 anos, retorne às aulas. Ela esteve na escola Professora Apparecida Rahal nesta segunda-feira (8) para assinar um documento que atesta sua escolha. "Meu sogro faleceu por causa da Covid-19. Quando você perde alguém da família, tudo muda", esclarece.

Na família, o marido de Eliane é hipertenso. Com a perda do sogro e o risco de contaminação do pai do menino, ela não se sentiu segura para colocar o filho na escola novamente. "Ele estava ansioso, mas também tem muito medo, então preferiu não voltar", diz.

Pouco antes das 13h, horário de início das aulas do período da tarde, grupos de estudantes estavam reunidos conversando na calçada da escola estadual. Alguns utilizavam máscaras e outros estavam com com o item de proteção nas mãos para colocar na hora de entrar.

RESPOSTA.


Em nota, a Diretoria Regional de Ensino, da gestão João Doria (PSDB), diz que a Escola Estadual Professora Maria Apparecida Rahal recebeu nste ano um grande número de alunos novos vindos de outras redes e "alguns pais tiveram dificuldade no contato remoto com a escola".

"A orientação é que peçam esclarecimento e orientações por telefone e que continuem nos grupos e, caso queiram ser atendidos presencialmente, façam esse contato prévio para o agendamento, evitando-se assim, qualquer tipo de aglomeração", afirma a nota.

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