O governo de São Paulo confirmou nesta segunda-feira (8) que sete escolas da rede pública estadual apresentaram casos positivos ou suspeitos de Covid-19 e não puderam abrir as suas portas. Duas unidades ficam na capital e as demais no interior do estado. A rede estadual possui cerca de 5.000 colégios.
A volta às aulas presenciais nas escolas da rede pública estadual acontece em todo o estado nesta segunda-feira (8).
Na capital, as duas escolas que não abriram são Tito Prates da Fonseca, na Vila dos Andrades (zona norte), e Ermelino Matarazzo (zona leste)
Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (8), o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, afirmou que todos os casos estão sendo monitorados e os professores e funcionários envolvidos passaram por testes. Essas unidades só poderão reabrir após o resultado dos exames.
Um comunicado no portão da Escola Estadual Ermelino Matarazzo, na zona leste, pedia na manhã desta segunda que os pais e responsáveis ficassem atentos aos meios de comunicação da unidade (Whatsapp e Facebook) para orientações sobre datas e horários de reuniões.
Na manhã desta segunda, pais que foram até lá se surpreenderam com a escola fechada. A camareira Silvia Andrade de Jesus, 34, precisava retirar o histórico escolar de seu filho de 15 anos, Pedro, mas não foi atendida. “Não sei o que fazer. O Whatsapp não atende e, no Facebook, só consigo ver postagens, mas ninguém responde as dúvidas”, disse.
Damares de Oliveira, 27, quer terminar os estudos para fazer um curso técnico de enfermagem. “Quando fiz matrícula, me falaram para ficar atenta ao celular porque iam ser criados grupos das salas no Whatsapp, mas até agora não teve nada. Vim conferir e, quando cheguei, vi a escola fechada”, diz a estudante.
Em uma outra unidade, localizada na Vila Cruzeiro, na zona sul da capital, a filha de uma funcionária terceirizada do estabelecimento de ensino apresentou positivo para Covid-19. Porém, a unidade continua aberta.
Segundo Rossieli, algumas administrações não estão totalmente preparadas para a retomada das aulas, por questões como entraves em licitações ou novas gestões.
A volta às aulas presencial na rede estadual de ensino ocorreu nesta segunda-feira em 516 cidades paulistas, o equivalente a 80% dos 645 municípios do Estado. Segundo Rossieli, algumas administrações municipais não estão totalmente preparados para receber os professores.
Em relação à greve dos professores deflagrada na última sexta-feira, Rossieli afirmou que a adesão é próxima de zero e que o ponto dos faltosos será cortado a partir de hoje.
Comitê de saúde
O governo estadual criou um comitê para acompanhar a volta às aulas, de olho em possíveis casos de Covid-19. O grupo tem caráter consultivo e reúne pediatras, infectologistas e epidemiologistas.
Segundo o governo estadual, eles irão monitorar e orientar as ações de prevenção, vigilância e controle da Covid-19 nas unidades escolares do estado e também das escolas municipais e particulares.
Segundo a Secretaria Estadual da Educação, em casos positivos de infectados pelo novo coronavírus na escola, a orientação é a de afastar todos que tiveram contato com a pessoa testada positivo e submetê-los a teste. Enquanto aguardarem o resultado, os profissionais da educação ficarão em teletrabalho.
RESPOSTA
Em nota, a Diretoria Regional de Ensino, da gestão João Doria, diz que a escola citada pela reportagem está realizando atendimento por telefone e por email, além de manter contato com os alunos e responsáveis pelos grupos de WhatsApp. "Os pais que estão com dificuldade de acompanhar as conversas, podem pedir esclarecimento e orientações por telefone", afirma.
"Hoje [segunda-feira] na Escola Estadual Ermelino Matarazzo havia 4 profissionais da equipe gestora trabalhando presencialmente para orientar pais e responsáveis, já que a escola passou pelo processo de desinfecção", diz a nota
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