Projeto libera atendimento de bares e restaurantes ao ar livre em ruas pela capital paulista

Nesta semana, o Ruas SP teve os dois primeiros estabelecimentos autorizados na zona leste

São Paulo

Bares e restaurantes de toda a cidade poderão submeter à prefeitura projetos para instalar mesas e cadeiras para atendimento do público em vagas de estacionamento. Nesta semana, o programa Ruas SP aprovou os dois primeiros estabelecimentos, ambos na zona leste, que poderão utilizar o sistema. Até agora, a cidade tem 56 ruas aptas a receber esse tipo de uso do espaço.

Segundo Cesar Azevedo, secretário de Urbanismo e Licenciamento, o programa da prefeitura foca na retomada das atividades comerciais de forma segura. A ideia é que, com a utilização de espaços abertos e o respeito a protocolos sanitários como as regras de distanciamento, haja menos risco para a disseminação do coronavírus.

O Ruas SP é um desdobramento de um projeto piloto iniciado em 2020 na região da República, no centro. Lá, segundo o secretário, a experiência com cerca de 10 estabelecimentos "foi um sucesso", e por isso foi expandida para o restante da cidade.

"A gente percebe que um dos efeitos da pandemia é que as pessoas passaram a procurar espaços ao ar livre", diz Azevedo. Ele afirma que não é cobrada nenhuma taxa dos estabelecimentos para a utilização das vagas de estacionamento. Cabe a eles somente elaborar o projeto a ser analisado pela gestão. "A prefeitura está deixando a criatividade por parte dos estabelecimentos." É possível, inclusive, fazer parcerias ou receber patrocínio para a ação.

Para Joaquim Saraiva, presidente da Abrasel-SP (seção paulista da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), a iniciativa deve ajudar no faturamento dos estabelecimentos porque aumenta a capacidade de ocupação e oferece uma alternativa para os clientes que priorizam ficar ao ar livre.

"Vai atrair muito mais gente, porque a população se sente muito mais segura qeu num ambiente fechado. Estávamos ansiosos para que isso acontecesse."

Luisa Saliba é proprietária do Rota do Acarajé, que aguarda inclusão no projeto Ruas SP - Ronny Santos/ Folhapress

Um dos estabelecimentos que aguarda a inclusão no projeto é o Rota do Acarajé, em Santa Cecília, região central. "Estamos numa região que tem o costume, há anos, de frequentar a calçada. A restrição do uso dela [por causa das regras da quarentena] inibiu muito o movimento", afirma Luisa Saliba, 65, proprietária do restaurante.

"A cidade inteira quer respirar ao sol. As pessoas estão precisando de liberdade, e nada melhor que usar o espaço externo para isso", diz Luisa.

Segundo a SMUL (Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento), os estabelecimentos interessados em participar do Ruas SP devem se cadastrar no site da pasta. Primeiro, o estabelecimento indica a rua em que está para ser incluída no programa. São analisados itens como velocidade da via e a presença de corredor de ônibus ou ciclofaixa.

Se a rua for considerada apta, o estabelecimento submete o projeto próprio. De acordo com o secretário, nesta etapa são levados em conta critérios de sinalização, acessibilidade e segurança dos clientes, além dos protocolos sanitários.

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