UBSs na zona leste e sul de SP seguem com falta de vacinas para 2ª dose

Onze postos de saúde da capital paulista confirmaram a ausência de Coronavac para aplicar o reforço da imunização

São Paulo

UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da cidade de São Paulo seguem com falta a Coronavac para aplicação da segunda dose. Nesta quarta-feira (12), a ausência foi confirmada em postos de saúde das zonas leste e sul.

A reportagem contatou mais de 30 unidades de todas as regiões da cidade. Dessas, 11 afirmaram estar com a vacina em falta. Na semana passada, o Agora verificou que sete UBSs não tinham Coronavac para o reforço da imunização.

A zona sul tem o maior número de postos sem doses. São nove unidades sem imunizante: UBS Marsilac, UBS Gaivotas, UBS Jardim Orion, UBS Jordanópolis, ​UBS Anchieta, UBS Cantinho do Céu, UBS Chácara do Conde, UBS Jardim Novo Horizonte e UBS Vila Natal.

Na zona leste, o problema foi constatado na UBS Vila Santana e na UBS Vila Nossa Senhora Aparecida.

Ivone Ana da Silva, 65, tomou a primeira dose da Astrazeneca em São Miguel Paulista, zona leste. - Foto: Zanone Fraissat/Folhapress

​Por telefone, funcionários de algumas unidades disseram ter vacina, mas demonstraram preocupação com o esgotamento. "Por enquanto ainda tem, mas a gente não sabe dizer por quanto tempo", comunicou a UBS Itaquera (zona leste).

"Tem algumas doses disponíveis, mas pode acabar a qualquer momento", disse um profissional da UBS Vila Caiuba, em Perus (zona norte).

Segundo a programação do estado de São Paulo, pessoas com 65 a 67 anos que tomaram a Coronavac estão com o retorno previsto para esta semana.

A médica infectologista Laura Lagoa Nóbrega, professora da faculdade São Leopoldo Mandic, alerta para a importância de se tomar a segunda dose mesmo após o prazo indicado pelo fabricante. Segundo ela, o imunizante não será inutilizado depois desse período. "A primeira dose vai provocar a produção de anticorpos", diz. Ela afirma que o organismo humano possui "mecanismos de memória imunológica" que fazem com que não se perca a eficácia da vacina.

"O principal problema é que a pessoa vai demorar mais tempo para ficar protegida", diz. Ela acrescenta que ainda não há estudos concluídos sobre o que acontece no caso de uma pessoa tomar duas doses de fabricantes diferentes. "Não tem risco de passar mal, mas a preocupação é saber qual será o grau de proteção com vacinas diferentes", explica.

Resposta

Em nota, a Prefeitura de São Paulo, por meio da SMS (Secretaria Municipal da Saúde), diz que o município dispõe de doses suficientes de imunizantes contra Covid-19 para vacinar o público elegível.

A pasta informa ainda que "há remanejamento/abastecimento de doses diariamente entre as unidades vacinadoras do município, de forma a garantir a continuidade da campanha sem interrupções".

"A SMS não faz reserva de doses. O estado oferece as vacinas já destinadas para primeira ou segunda doses, de acordo com o seu calendário e instruções da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo", diz trecho da nota.

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