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Ambiente com aquecedor a gás deve ter ventilação adequada

Condôminos precisam fazer manutenção periódica do equipamento para evitar acidentes graves

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São Paulo

Com a chegada do inverno, o uso de aquecedores a gás traz mais conforto a tarefas rotineiras, como tomar banho e lavar a louça. Para evitar acidentes dentro de casa, todavia, é imprescindível que esses equipamentos sejam instalados corretamente e estejam com a manutenção em dia.

No Rio de Janeiro, um casal foi vítima de intoxicação por monóxido de carbono, devido a falta de ventilação em um banheiro que contava com um aquecedor a gás. Segundo Hélio Castello, cardiologista do Grupo Angiocardio, em casos como esse, o gás resultante da combustão do aquecedor acaba competindo com o oxigênio no ambiente.

"O monóxido de carbono se difunde rápido na corrente sanguínea e se liga à hemoglobina, que é quem carrega o oxigênio. Ao se ligar, ele forma uma substância que se chama carboxihemoglobina e faz com que ela não consiga carregar oxigênio", explica o médico.

05.07 Nas Ruas - Nos Prédios - Aquecedor a gás
Aquecedor a gás em prédios - Arte Agora São Paulo

De acordo com Castello, em um primeiro momento de vazamento, quando há ainda uma dose menor de gás no ambiente, sintomas como tontura, dor de cabeça, náusea e vômito podem ser um indicador de que há um problema. Com o aumento da concentração do gás, a pessoa sente fraqueza, dificuldade de concentração e até perda de consciência, o que dificulta que ela saia do local.

Atualmente, a instalação de aquecedores a gás em ambientes de longa permanência, como dormitórios ou banheiros, conta com muitas restrições. Só é permitido instalar aparelhos que sejam de circuito fechado — que não utilizam o oxigênio do ambiente para a combustão e contam com um duto de coleta de ar externo.

"A primeira coisa que a norma de instalação diz, e que muita gente não observa, é que a instalação de um aparelho a gás tem que ser feita por um profissional qualificado", explica Leonardo Abreu, vice-presidente da Associação Brasileira de Aquecimento a Gás (Abagás).

Geralmente, no site da empresa que fabrica o equipamento, há uma lista credenciada de empresas e profissionais qualificados para realizar a instalação e a manutenção dos aquecedores.

Abreu reforça que um profissional qualificado sabe as normas técnicas que precisam ser seguidas de acordo com o tipo de equipamento escolhido. "O ambiente precisa ter um volume mínimo; um certo número e tamanho de ventilação permanente, que garante a renovação de ar; e é preciso saber o que fazer com a exaustão do aparelho", explica.

Segundo o vice-presidente da Abagás, a maior parte dos aquecedores de água a gás do mercado são aparelhos que precisam de um duto de exaustão, a chaminé que vai conduzir os produtos da combustão para fora do ambiente.

É imprescindível que o duto esteja instalado corretamente para não prejudicar a saída dos gases. O ambiente também deve contar com áreas mínimas de ventilação permanente, ou seja, que não podem ser fechadas ou obstruídas, como frestas ou vãos em portas e venezianas acima de janelas.

Uma vez feita a instalação adequada, recomenda-se a manutenção preventiva uma vez por ano. O processo consiste em uma revisão geral do aquecedor e limpeza de algumas peças. É feita uma vistoria a fim de verificar se as peças não estão quebradas ou desgastadas. O duto de exaustão, por exemplo, precisa estar em bom estado de conservação e fixação.

"Essa manutenção dificilmente vai demandar a troca de peças. O técnico vai fazer uma limpeza e vai verificar se há desgaste nas peças. Apenas se houver, é feita a troca", explica Abreu.

Papel do síndico

Em condomínios que utilizam aquecimento a gas, o síndico pode adotar uma postura de incentivo a instalação correta e manutenção frequente dos equipamentos. "O ideal é que o síndico seja um aliado que incentive as pessoas a realizarem essas manutenções períodicas, já que muitas pessoas não fazem", defende Leonardo Abreu.

Buscar informar-se sobre algumas normas e saber orientar os condôminos pode ajudar a trazer mais segurança, dentro do apartamento ou do condomínio como um todo.

"No caso de prédios novos ou mudanças, o síndico pode incentivar que a instalação seja feita somente por profissionais adequados. Isso resolveria muitos problemas", complementa o vice-presidente da Abagás.

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