Descrição de chapéu feminicídio

Promotoria de SP denuncia homem preso por matar mulher após final da Libertadores

Suspeito corintiano é denunciado por feminicídio contra a então companheira, torcedora do Palmeiras

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São Paulo

O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) encaminhou à Justiça, na sexta-feira (23), uma denúncia de homicídio triplamente qualificado, incluindo feminicídio, contra Leonardo Souza Ceschini, suspeito de matar a esposa após uma suposta briga, motivada por uma partida de futebol.

A defesa dele foi procurada, na tarde deste sábado (24), mas não havia dado retorno até a publicação desta reportagem.

Ceschini é suspeito de matar a facadas a então companheira, a empresária Érica Fernandes Alves Ceschini, 34 anos, na casa do casal, no bairro São Domingos (zona norte da capital paulista) em 31 de janeiro deste ano.

Antes de ser morta, segundo a polícia, a vítima comemorou a conquista da Copa Libertadores pelo seu time, o Palmeiras — o alviverde derrotou o Santos na véspera, na final do torrneio sul-americano. O marido, torcedor do Corinthians, confessou o crime na ocasião, também de acordo com a polícia, quando foi preso em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil.

A empresária Érica Fernandes Alves Ceschini, 34 anos, foi morta a facadas dentro de casa após uma suposta discussão com o marido, em 31 de janeiro deste ano, na zona norte de São Paulo. A briga teria ocorrido por causa da vitória do Palmeiras na final da Libertadores, no dia anterior, segundo a polícia - Reprodução/Facebook/Érica Fernandes

Além do motivo fútil, a denúncia do MP contra o suspeito inclui como qualificadoras do homicídio "meio cruel" e "feminicídio" (quando a vítima é morta por ser mulher).

O vendedor saiu da cadeia em 25 de fevereiro deste ano, depois de a Justiça expedir alvará de soltura.

Em sua denúncia, o promotor de Justiça Fernando Cesar Bolque, do 5º Tribunal do Júri, afirma que o suspeito matou a companheira "valendo-se de motivo fútil", ou seja, "simples discussão familiar fomentada por rixa esportiva". Bolque reforça ainda que o crime também foi praticado com o agravante de feminicídio.

No dia do crime, policiais militares relataram em depoimento terem sido acionados para uma ocorrência de assassinato, seguido de suicídio, por volta da 1h.

Porém, chegando ao prédio, na rua Rubens de Souza Araújo, a PM foi recebida pelo suspeito, que abriu a porta do apartamento e em seguida, segundo os policiais, caminhou até a cozinha, onde Érica estava caída sobre uma poça de sangue, e deitou-se ao lado do corpo dela.

O homem estava ferido na região da barriga, supostamente por facadas. Ele foi encaminhado ao Conjunto Hospitalar do Mandaqui, na zona norte, e submetido a uma cirurgia.

Antes de ser internado, ainda no apartamento, o vendedor teria afirmado aos PMs ter sido agredido pela mulher, que, segundo ele, se suicidou em seguida. Porém, ele mudou sua versão, logo depois, afirmando ter desarmado a companheira e desferido "vários golpes" nela, pois, "acabou se excedendo."

Mulheres mortas em São Paulo

No primeiro semestre deste ano, 201 mulheres foram assassinadas no estado de São Paulo e, 49, na capital paulista. Os feminicídios representaram, respectivamente, 42,7% e 40,8% dos crimes de morte no período, segundo dados da SSP (Secretaria da Segurança Pública).

Entre janeiro e junho do ano passado, ainda segundo a pasta, foram registrados 41 assassinatos de mulheres na capital e 196 no estado de São Paulo, o que em relação ao mesmo período deste ano, representa altas de 19% e 2,5%, respectivamente.

Ainda foram registrados, no primeiro semestre de 2021, 20 feminicídios na capital paulista e 86 no estado de São Paulo.

Feminicídio é uma qualificadora usada em homicídios, segundo o Código Penal, quando a vítima de um assassinato é morta pelo fato de ser mulher.

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