Com baixa adesão na vacinação de jovens com comorbidades e deficiências na capital paulista, a partir dos 12 anos de idade, iniciada no último dia 23, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) anunciou nesta segunda-feira (30) que, até o momento, 26% dos adolescentes dentro deste perfil na cidade já foram imunizados contra a Covid-19.
Nesta segunda-feira, jovens sem comorbidades, a partir dos 15 anos, também começaram a ser vacinados contra o coronavírus. Segundo a prefeitura, o público-alvo da vacinação, de todos os perfis, entre 12 e 17 anos, é composto por 844.073 jovens.
Para tomar uma dose de vacina o jovem precisa estar acompanhado de um responsável direto como mãe, pai, avós, ou algum parente que cuide diretamente do adolescente, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.
Acompanhada pelo pai, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), e a mãe, a primeira-dama Regina Carnovale Nunes, a estudante Izabela Carnovale Nunes, 15, tomou a primeira dose da vacina na UBS Veleiros, na zona sul da cidade. "Agora ela pode ir para a festa, se o pai deixar", brincou Nunes.
A jovem afirmou sentir falta do convívio com os amigos. "Sinto saudade de meus amigos e do convívio na escola. Estou feliz de poder ser vacinada e, com isso, voltar a conviver com as pessoas que sinto falta."
Já o autônomo Vanderson Santos Feitosa, 19 anos, que foi até a UBS Veleiros acompanhar o irmão de 16 anos na vacinação, não conseguiu a imunização do menor por falta de comprovação. Residentes em Interlagos, também na zona sul, os irmãos percorreram cerca de 20 minutos de carro para chegar à unidade de saúde, onde acreditavam que o caçula seria imunizado.
"Ficamos frustrados, pois nossos pais trabalham durante a semana e não poderão acompanhar meu irmão. O jeito vai ser ele ser vacinado em um sábado", disse o autônomo.
Acompanhado da mãe e com uma máscara de proteção cobrindo-o do nariz até a base do pescoço, o estudando Luigi da Fonseca, 16 anos, afirmou que a pandemia o "ajudou a amadurecer".
"Quando começou [a pandemia] eu não me preocupava com as coisas, jogava um game. Mas nem isso faço mais. Sinto que amadureci, estou preocupado com outras coisas, como a falta de qualidade em meus estudos, pois prefiro o modelo presencial. Também aprendi a valorizar mais a presença de quem amo, como minha família e minha namorada", detalhou.
Em entrevista coletiva, Ricardo Nunes mostrou que o aplicativo E-Saúde, que pode ser baixado por celular ou computador, identificou o registro da primeira dose de sua filha.
No aplicativo, é possível emitir o "passaporte da vacina", que a partir de quarta-feira (1º) será usado para participantes de eventos acima de 500 pessoas -- durante os quais será obrigatório comprovar estar vacinado com ao menos uma dose contra a Covid-19.
Na mesma unidade de saúde da zona sul, a bancária Ana Andrade, 45 anos, testemunhou a filha Carolina Andrade, a Carol, de 17 anos, ser vacinada ainda em 2021 contra a Covid-19, o que não acreditava poder acontecer.
"Nem achava que ela iria tomar a vacina neste ano. Sinto um alívio em ver minha filha começar a ficar imunizada", afirmou, sobre o fato de jovens poderem tomar no Brasil, até o momento, doses da Pfizer, conforme determinado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Ciente de que a filha contava com uma vida social ativa antes da pandemia, a bancária tenta compensar isso desde então, participando de atividades cotidianas com ela, incluindo físicas. "Criamos uma academia em casa, para ninguém ficar sedentário", ressaltou.
Com 100% da população adulta já vacinada com a primeira dose contra a Covid-19, o prefeito Ricardo Nunes afirmou que 55% dos paulistanos também já tomaram a segunda dose do imunizante.
Até domingo (29), 26% do público menor de idade na cidade havia sido vacinado, segundo a administração municipal. Nesta etapa da campanha, a Prefeitura de São Paulo espera vacinar 411.662 jovens de 15 a 17 anos.
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