Operação contra roubo de celulares tem 333 prisões na capital paulista

Mais de mil policiais foram para as ruas; zona leste teve o maior número de detenções

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São Paulo

A Polícia Civil realizou nesta terça-feira (28) uma grande operação para prender criminosos envolvidos em assaltos e furtos na capital paulista, com a participação das oito delegacias seccionais da cidade, além de grupos especiais da instituição. A SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou que policiais cumpriram mandados de prisão, expedidos pela Justiça, além de realizar prisões em flagrante durante o dia na cidade.

O Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital Paulista) anunciou, por volta das 17h desta terça, que foram presas 333 pessoas durante a ação, das quais 314 em cumprimento a mandados de prisão, expedidos pela Justiça. Também ocorreram 63 flagrantes e recuperados 1.680 celulares.

A maioria das detenções ocorreu na zona leste da cidade, ainda de acordo com o departamento policial, com 147. A região é seguida pelas zonas norte (71), sul (56), oeste (49) e centro (10).

Com 1.130 agentes nas ruas nesta terça, em 471 viaturas, a Polícia Civil também verificou comércios onde são vendidos e comprados celulares, para checar a origem dos aparelhos —principal alvo de bandidos nas ações criminosas, que em alguns casos terminam em mortes.

Viatura da Polícia Civil sai do 1º DP (Sé), na região central da capital paulista, na manhã desta terça-feira (28) para o cumprimento de mandados de prisão expedidos pela Justiça contra suspeitos de pratiar assaltos e furtos na cidade - Reprodução/Polícia Civil

No estado, segundo a SSP, foram registrados ao menos 39.681 boletins de ocorrência, em que celulares foram levados por criminosos, entre janeiro e agosto deste ano. Isso representa 26,9% dos 147.214 roubos em geral identificados pelas polícias Civil e Militar no período.

Comparando com os 36.578 boletins em que celulares constam como levados por bandidos no período, houve aumento de 8,4% neste tipo de assalto nos municípios paulistas.

Dados da pasta também indicam que o número de pessoas assassinadas na capital paulista em assaltos subiu de 31, entre janeiro e agosto do ano passado, para 38 no mesmo período deste ano, uma alta de 22,5%. Nos sete primeiros meses de 2021, a zona sul concentrou mais da metade dos latrocínios na cidade, ainda de acordo com dados da SSP.

O analista criminal Guaracy Minguardi, do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) disse ao Agora, na semana passada, que dois fatores podem contribuir para o aumento dos latrocínios na capital paulista: a facilidade para se realizar transferências bancárias, por meio do Pix e a ação de criminosos que acabam se atrapalhando na ação e matam a vítima.

"De qualquer forma, este tipo de crime aumentou. Acredito que isso tenha relação com o Pix e a inexperiência de bandidos mais jovens. O ladrão, digamos que experiente, assim categorizado, evita matar a vítima, para não chamar atenção da polícia e virar prioridade em investigações", afirmou.

Viatura da Polícia Civil sai do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), na região central da capital paulista, na manhã desta terça-feira (28) para o cumprimento de mandados de prisão expedidos pela Justiça contra suspeitos de pratiar assaltos e furtos na cidade - Reprodução/Polícia Civil

Os furtos em geral também aumentaram na cidade, entre janeiro e agosto, de 112.358 para 113.807, representando 1,2%. Os furtos de veículos subiram de 18.139 para 22.250 (22,6%) e os roubos de carga aumentaram 2,3%, de 1.865 para 1.909. Os dados são da pasta da Segurança estadual.

Além das delegacias seccionais, ligadas ao Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital Paulista), participam da operação agentes do Garra (Grupo Armado de Repressão A Roubos), GER (Grupo Especial de Reação), Dope (Departamento de Ações Policiais Estratégicas), e 180 agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana), de acordo com a gestão Ricardo Nunes (MDB).

Outra ação de grande porte

A Polícia Civil prendeu uma mulher chamada de "Abelha Rainha", na manhã da última sexta-feira (24), suspeita de fornecer drogas, além de comercializá-las, na cracolândia, centro da capital paulista. Ela é apontada como uma das líderes do tráfico no local.

O apelido da mulher é uma referência à metáfora de uma colmeia de abelhas, usada por dependentes da região para ilustrar quando usuários se confrontaram com agentes de segurança para proteger a "feira da droga" que acontece na cracolândia

Além da mulher de 51 anos, que segundo investigações da 1ª Delegacia Seccional do centro vende e fornece drogas na região há cerca de 20 anos, outros cinco suspeitos de tráfico também foram detidos. A defesa deles não havia sido localizada até a publicação desta reportagem.

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