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Ciclofaixa inacabada na zona sul de São Paulo começa a ser pintada

Prefeitura de SP diz que previsão de entrega é até o início do mês de dezembro

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São Paulo

Depois de o Agora mostrar que uma ciclofaixa na rua Luís Góis, na Vila Mariana (zona sul da capital paulista), foi dada como pronta pela Prefeitura de São Paulo, gestão Ricardo Nunes (MDB), mas que estava sem pintura vermelha, as obras foram retomadas no local.

A denúncia foi feita por um grupo de ciclistas em meados de outubro deste ano. No local, havia placas indicando a circulação de bicicletas e proibindo carros, e faixas amarelas separadoras no chão. Contudo, ainda não existia uma faixa lateral vermelha no espaço de circulação e nem tachões.

Depois de o Agora mostrar que a Prefeitura de São Paulo, gestão Ricardo Nunes (MDB), começou a implantar uma ciclovia na rua Luís Góis, na Vila Mariana (zona sul da capital paulista), mas parou, a gestão municipal retomou as obras
Depois de o Agora mostrar que a Prefeitura de São Paulo, gestão Ricardo Nunes (MDB), começou a implantar uma ciclofaixa na rua Luís Góis, na Vila Mariana (zona sul da capital paulista), mas parou, a gestão municipal retomou as obras - Rivaldo Gomes/Folhapress

Em nota, a Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito e da Companhia de Engenharia de Tráfego disse que a sinalização da ciclovia foi retomada e a conclusão está prevista para o início do mês de dezembro.

O local, que consta no atual Mapa de Infraestrutura Cicloviária da CET ​(Companhia de Engenharia de Tráfego) como inaugurado em 2 de fevereiro passado e com cerca de 2 km de extensão, era alvo de críticas dos ciclistas por oferecer riscos e por carros não respeitarem a sinalização.

"Já vemos que o que estava um pouco indefinido começa a tomar uma cara de ciclofaixa", diz Estevão Laurito, 46 anos, ciclista que mora na região. "Isso deve deixar mais claro que não se deve estacionar veículos ali", completa.

Na faixa, inclusive, os cicloativistas chegaram a pintar alertas para "sinalizar o local" e frases de protestos no chão, como "ciclovia sim" e "menos carro, mais bike".

"Essa estrutura tende a quebrar paradigmas sobre a relação do uso da bicicleta e o comércio, pois o fluxo de ciclistas no local, que já é grande, deve aumentar ainda mais. Deve ter grandes benefícios por meio dos clientes que pedalam", afirma Paulo Alves, 37, fundador do Bike Zona Sul, coletivo de cicloativistas.

A estrutura irá ligar pontos de grande interesse na cidade: de um lado a rede cicloviária de Moema, conectada com ciclovias que leva até a zona oeste da capital paulista ou até o extremo da zona sul e, no lado oposto, outros eixos importantes como da rua Domingos de Morais e avenida Ricardo Jafet, que leva a outra ponta do extremo sul ou à região central da cidade.

"A ciclofaixa é muito importante porque vai interligar duas que existem e duas que já estão planejadas", afirma Thomas Wang, 26, integrante do coletivo Bike Zona Sul.

Relembre o caso

A ciclofaixa da rua Luís Góis, sugerida por moradores e ciclistas em 2015, foi discutida em três reuniões na prefeitura entre 2015-2018, acabou aprovada em uma audiência pública em março de 2018, passou por um workshop na Secretaria de Mobilidade e por outra audiência específica do Plano Cicloviário, no primeiro semestre de 2019, para finalmente ser sinalizada em janeiro de 2021.

A implantação da sinalização pela gestão municipal, porém, foi interrompida pouco tempo depois, mas a prefeitura colocou o local oficialmente como pronto e o inaugurou em fevereiro deste ano, faltando apenas um trecho de duas quadras entre a rua Primeiro de Janeiro e a rua Domingos de Morais.

O assunto foi retomado apenas em abril deste ano em uma audiência pública na Câmara Municipal de São Paulo, convocada pelo vereador Aurélio Nomura (PSDB).

O parlamentar afirmou à época que foi chamado por moradores e comerciantes locais, que pediram a retirada da via para ciclistas, alegando prejuízos a seus estabelecimentos, pois ela teria acabado com a possibilidade de estacionamento na via e prejudicado o acesso de clientes e fornecedores.

Agora, depois de quase nove meses depois de inaugurada pela prefeitura, as obras foram retomadas no local.

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