O presidente Jair Bolsonaro contava apenas 25 dias no posto quando aconteceu a maior tragédia ambiental da história do Brasil. Um barragem da mineradora Vale se rompeu em Brumadinho (MG) e levantou uma enxurrada de rejeitos que matou 270 pessoas.
A culpa não foi do governo, claro, mas o desastre parecia um prenúncio do que estava por vir, num ano pleno de más notícias para o meio ambiente.
Bolsonaro e sua equipe contribuíram —e muito— para isso. Desde a campanha eleitoral, o hoje presidente já criticava os órgãos do setor e fazia um discurso para agradar aos madeireiros e pecuaristas que atuam na Amazônia, muitas vezes de maneira ilegal.
A alta do desmatamento começou a ser detectada por satélites no final do primeiro semestre. Em vez de tomar providências, o Planalto preferiu negar a realidade. Pior: acusou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) de falsificar dados e de estar a serviço das ONGs.
Ricardo Salles, ministro escolhido para desmontar as políticas da própria pasta do Meio Ambiente, cismou com o Fundo Amazônia, fonte de recursos para a floresta mantida por Noruega e Alemanha.
Quer assumir o controle da grana, mas o que conseguiu foi travar o fundo.
O desgoverno ambiental começou a virar um vexame mundial, ainda mais com a explosão das queimadas.
Outro desastre aconteceu quando milhares de toneladas de petróleo cru começaram a aparecer nas praias do Nordeste. Nesse caso, a trapalhada do governo foi fazer acusações infundadas antes de apurar o episódio.
Assim, a área ambiental termina o ano como aquela em que Bolsonaro produziu os danos mais visíveis ao país.
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