Luís André Rosa: Arrogância

Por ser torcedor fanático do Barcelona, eu não dei o devido valor ao imponderável no futebol, o que faz dele um espetáculo fascinante que transforma heróis e vilões em questão de segundos. Tinha convicção de que o Liverpool, sem dois dos seus três goleadores, Mohamed Salah e Roberto Firmino, não teria como fazer quatro gols no Barça."‚Convicto, eu apostei que seria um "fim melancólico" para o time inglês, que encerraria com a eliminação na Liga dos Campeões e o segundo lugar no Campeonato Inglês.

Só que, resumindo com o surrado clichê, futebol não é uma ciência exata. Diante da empáfia do Barcelona, que claramente tratou a partida como uma mera formalidade, o Liverpool, apoiado pelos seus fanáticos torcedores, agigantou-se e deu uma aula de amor à camisa. Futebol vibrante, intenso e até quem torce contra, como eu, ficou encantado com o roteiro dessa classificação épica. E cresceu ainda mais a minha admiração pelo técnico Jüergen Klopp.

O récnico Liverpool, Jüergen Klopp, celebra a classificação à final da Liga dos Campeões da Europa após golear o Barcelona por 4 a 0, na Inglaterra.
O récnico Liverpool, Jüergen Klopp, celebra a classificação à final da Liga dos Campeões da Europa após golear o Barcelona por 4 a 0, na Inglaterra. - Phil Noble - 7.mai.19/Reuters

Final melancólico cabe ao Barcelona. É incrível que na semana em que se discutia se Lionel Messi, 31 anos, terá fôlego para alcançar os mil gols, o argentino tenha a sua pior derrota com a camisa do Barça. Sem o título da Liga dos Campeões, o astro, em sua primeira temporada como capitão, pode terminar o ano apenas com a taça de campeão espanhol. Resta ainda a Copa do Rei, um torneio de terceiro escalão, que não vai apagar o vexame histórico.

Ao Liverpool agora é aproveitar esse momento maravilhoso. Se estiver com todos os seus jogadores, a equipe é favorita na decisão que será disputada em Madri, no duelo inglês com o Tottenham, que também se classificou de forma heroica. Muito cuidado e não dá para contar com isso. Eu que disse que o confronto com o Barça seria uma final antecipada, estou com receio de queimar a língua de novo. Faz parte, afinal, a graça é palpitar e eu não sou de ficar em cima do muro.
 

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