O politicamente correto ajudou a ensinar muitos marmanjos a entender, respeitar e admirar o futebol feminino com o devido valor. É verdade que houve alguns deslizes, não por maldade, mas por brincadeiras que já não cabem mais. Eu mesmo soltei uma pérola. Ao ver uma jogadora australiana perder um pênalti, na decisão contra a Noruega, eu exclamei um "chuta como homem, p..."

Na hora algumas colegas da redação não gostaram do comentário inoportuno. Mas com esse carinha aqui, seria um disparate ser eu apontado como preconceituoso. Mais amor, por favor!

Falando do que importa, essa tremenda exposição está fazendo muito bem obrigado ao futebol feminino. Felizmente, elas arrebentaram em recordes de audiências. Pena que o Brasil acordou tarde. Lamentavelmente, a seleção brasileira só fez duas ótimas apresentações, na vitória sobre a Itália, na última rodada da fase de classificação, e na derrota para a França, essa culminou com a eliminação.

O legado é o que já sabemos. O Brasil tem material humano para deixar de ser um mero coadjuvante, mas carece de maior investimento, preparação e organização.

Para entender definitivamente que o talento com a bola nos pés não tem gênero, eu cito o gol da classificação de Camarões às oitavas de final, no último lance. Eram 49min34s do segundo tempo, quando a bola chegou à atacante camaronesa Ajara Nchout. A artilheira, que já tinha marcado o primeiro, deu uma aula de classe e habilidade. Com dois dribles desconcertantes, ela deixou estatelada no gramado a volante neozelandesa Percial e anotou um golaço, de craque, que só as grandes jogadoras são capazes.

Com esse vídeo à disposição na internet, vale a pena ver e rever. Quantas e quantas garotas vão se inspirar nesse lance e acreditar que é possível um dia brilhar com gols tão bonitos e ser reverenciada no mundo todo. É claro que há muito futebol pela frente, mas já estou na torcida para esse gol figurar na disputa entre os mais belos desta temporada.