Então é Natal, e o que você fez? O ano termina e nasce outra vez, então é Natal, a festa cristã, do velho e do novo, do amor como um todo... Alô, povão, agora é fé! Quando eu era garotinho e jogava bola, há mais de 30 anos, e hoje, nos 818 times que o meu filho atua, era e continua sendo comum a rapaziada rezar antes das partidas, pedindo proteção contra contusões, independentemente do resultado do confronto.
Como, óbvio ululante, não dá para Deus ajudar com vitórias e títulos todos os times ao mesmo tempo, aproveito, respeitando a fé ou ausência de fé de cada leitor, para fazer os meus pedidos natalinos futebolísticos:
Senhor, que seja possível (em um futuro não muito distante, para que eu possa ver ainda nesta encarnação) o meu filho e os seus amigos usarem cada um a camisa de seus times de coração quando e onde quiserem, sem se preocuparem que isso seja motivo de violência gratuita por parte de bandidos e cretinos.
Pai, enquanto não seja possível espaços mistos nos estádios, para que amigos, casais, familiares e seres humanos normais, que não torçam para o mesmo time, possam ir juntos, que, pelo menos, não prospere a aberração da torcida única em nossos estádios.
Deus, que as pessoas de má índole, machistas, misóginos, racistas, homofóbicos, classistas ou xenófobos sintam-se constrangidas em usar o futebol para dar vazão aos seus pensamentos criminosos, preconceituosos e idiotas. Que os estádios não sejam um mundo à parte com regras à parte!
Pai, mesmo sabendo que futebol não é prioridade, que os cartolas ponham a mão na consciência, sensibilizem-se pela importância social da modalidade e pratiquem preços mais populares para que o futebol volte a ser o esporte do povo, acessível a todos, e não um programa de luxo para a classe média e as parcelas mais privilegiadas do nosso desigual país.
Feliz Natal!
Jesus Cristo: "Quem nunca cometeu um pecado que atire a primeira pedra".
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