No cemitério, pra se viver é preciso primeiro falecer, os vivos são governados pelos mortos, que nada, os vivos são governados pelos mais vivos ainda, e no cemitério, devota Alice, nós, os ossos, esperamos pelos vossos... Alô, povão, agora é fé! Após boa campanha no comando do Rio Ave, o treinador Carlos Carvalhal preferiu trocar de clube pequeno português a dizer sim à proposta do Flamengo --preferiu o convite do Braga.
Reforço: Carvalhal não assumiu o Sporting, o Porto, ou o Benfica, que são os grandes portugueses, todos coadjuvantes no cenário atual europeu e mundial. Aliás, registre-se: o Benfica, o recordista de títulos, dono da maior torcida lusitana e que acabou de perder o Português que estava em suas mãos para o rival Porto, também teve a preferência de Jorge Jesus em relação ao Flamengo!
Se fosse o America, o Bangu, o Madureira, o São Cristóvão ou o Olaria que "perdesse" o braço de ferro com o português Braga pelo treinador que fez um bom trabalho no Rio Ave (!) seria um desprestígio para o futebol carioca em comparação a um secundário mercado europeu e um claro sinal da decadência dos clubes de bairro que fazem parte da história do futebol fluminense e nacional.
Se Fluminense, Botafogo ou Vasco perdesse um técnico promissor para Liverpool ou Real Madrid, seria a constatação óbvia e inconteste de que os grandes brasileiros não competem econômica nem desportivamente com gigantes mundiais.
Agora, o Flamengo, atual campeão brasileiro e da Libertadores, é hoje, disparado, o clube mais rico, badalado e midiático do Brasil e da América do Sul!
Assim como Gabigol não conseguiu jogar na Inter nem no Benfica, o Flamengo, do brilhante Rodrigo Rodrigues, não conseguiu competir de igual para igual com o Braga! Braga que está empolgado e feliz da vida por ter se classificado à Liga Europa, a Segundona continental deles, uma espécie de Copa Sul-Americana.
Chico Xavier: "A desilusão é a visita da verdade".
Sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!
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