Livre do açoite da senzala, preso na miséria da favela... Alô, povão, agora é fé! Roger Machado, o único treinador que se assume negro na Série A do futebol brasileiro, tem feito muito mais do que comandar o Bahia.
Além de se posicionar com coragem contra o absurdo da realização do CovidãoBR-20 em meio à roleta russa fantasiada de "protocolo" da CBF, Roger está engajado na Coleção Diálogos da Diáspora, projeto que pretende lançar dez livros de autores negros e indígenas por ano.
"Desde que minhas filhas eram pequenas procurei literatura infantil e juvenil de autores e personagens negros e sempre tive muita dificuldade de encontrar", afirmou Roger, engajado no combate ao racismo. "Outra motivação para o projeto foi quando li 'O perigo de uma história única', de Chimamanda Adichie [escritora e feminista nigeriana] e refleti sobre o prejuízo para o país onde a história é contada só por um ponto de vista, no caso, o branco."
Roger amadureceu a ideia batendo papo com o professor da UFRGS Tadeu de Paula Souza, que também tem filho na escola das filhas do treinador. "Conversamos que havia muito material sendo produzido no ambiente acadêmico sem interesse comercial de publicação", contou meu companheiro de Esporte Pela Democracia.
Coleção Diálogos da Diáspora é uma parceria entre o Grupo de Pesquisa Egbé (coordenado por Tadeu Paula e José Damico Soares na UFRGS), projeto Canela Preta (Roger Machado e Camile Pasqualotto) e a editora HUCITEC-São Paulo. Indicações de textos para publicações: tadeudepaula@gmail.com.
Subnotificações à parte, 108.654 pessoas (imensa maioria PPP, preta, pobre e periférica) perderam a vida no país, futebol incluso, que "toca a vida" e trata a pandemia por "gripezinha".
Silvio Almeida: "O racismo, como processo histórico e político, cria as condições sociais para que, direta ou indiretamente, grupos racialmente identificados sejam discriminados de forma sistemática".
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca! E no agora.com.br!
Leipzig
O oposto do vira-latismo colonizado não é a xenofobia. Nem o ignóbil negacionismo. Muita gente ruim repete a bobagem que o futebol europeu se resume a um, dois, três times no máximo por país. Segundo essa gente, o futebol alemão se resume ao Bayern, o francês, ao PSG. Mas o Leipzig agregaria bem ao CovidãoBR-2020.
Liga dos Campeões
Na primeira disputa entre franceses e alemães, a tendência é que se repita o que se viu no duelo entre os italianos da Atalanta e o estelar Paris Saint-Germain. De um lado, a organização e o senso coletivo do Leipzig, de outro, a individualidade de Mbappé e Neymar. Cheiro de pênaltis! Palpite: RB Leipzig 1 x 1 PSG.
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