A delegação brasileira nas Olimpíadas de Tóquio-2020 conquistou 21 medalhas, superando o recorde histórico de pódios e mostrando que o país está numa crescente em relação ao desempenho nos Jogos.
Mas basta acompanharmos os resultados parciais das Paralimpíadas na capital japonesa para percebermos que o Brasil poderia ir mais longe ainda nos Jogos tradicionais. Principalmente, porque o COB (Comitê Olímpico do Brasil) é muito mais rico que o CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) e teria de conseguir melhores resultados.
Após sete dias de competições nas Paralimpíadas (até a manhã desta terça no Brasil), a delegação nacional já havia conquistado o dobro de medalhas das Olimpíadas, com 14 ouros, 11 pratas e 17 bronzes.
Claro que temos de levar em conta que há mais medalhas em jogo nas Paralimpíadas, devido às divisões por classes e tipos de deficiência, mas o potencial esportivo do país ainda é subaproveitado.
Desde a promulgação da Lei Agnelo-Piva, em 2001, o esporte nacional passou a ter uma fonte fixa de renda, para financiar a formação de atletas e também o alto rendimento. Atualmente, a lei determina que 2,7% do arrecadado das Loterias Caixa, já descontadas as premiações, sejam destinados ao COB e ao CPB, nas proporções de 62,96% e 37,04%, respectivamente.
O uso dessas verbas é o que diferencia basicamente as duas entidades. Enquanto o COB faz repasses às confederações esportivas e usa uma parte na administração e no planejamento olímpico, sempre visando ao alto rendimento, o CPB olha para a formação.
Além de fomentar pesquisas científicas em escolas e universidades, a entidade organiza Paralimpíadas Escolares e Universitárias que estimulem a iniciação dos jovens no esporte adaptado. Desta forma, sempre há novos nomes aparecendo, até em modalidades não tradicionais, como ocorreu em Tóquio com Mariana D'Andrea no halterofilismo e Alana Maldonado, no judô.
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