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Mundo Olímpico: O Brasil é uma potência paralímpica, não olímpica

Com mais verba, o COB deveria ter mais resultados nas Olimpíadas

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São Paulo

A delegação brasileira nas Olimpíadas de Tóquio-2020 conquistou 21 medalhas, superando o recorde histórico de pódios e mostrando que o país está numa crescente em relação ao desempenho nos Jogos.

Mas basta acompanharmos os resultados parciais das Paralimpíadas na capital japonesa para percebermos que o Brasil poderia ir mais longe ainda nos Jogos tradicionais. Principalmente, porque o COB (Comitê Olímpico do Brasil) é muito mais rico que o CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) e teria de conseguir melhores resultados.

Carol Santiago, com um agasalho amarelo, sorri e mostra sua medalha de ouro no pódio das Paralimpíadas de Tóquio
A nadadora Carol Santiago, medalhista de ouro nos 50 m livre classe S13 e nos 100 m livre classe S12 nas Paralimpíadas de Tóquio - Alê Cabral - 29.ago.21/CPB

Após sete dias de competições nas Paralimpíadas (até a manhã desta terça no Brasil), a delegação nacional já havia conquistado o dobro de medalhas das Olimpíadas, com 14 ouros, 11 pratas e 17 bronzes.

Claro que temos de levar em conta que há mais medalhas em jogo nas Paralimpíadas, devido às divisões por classes e tipos de deficiência, mas o potencial esportivo do país ainda é subaproveitado.

Desde a promulgação da Lei Agnelo-Piva, em 2001, o esporte nacional passou a ter uma fonte fixa de renda, para financiar a formação de atletas e também o alto rendimento. Atualmente, a lei determina que 2,7% do arrecadado das Loterias Caixa, já descontadas as premiações, sejam destinados ao COB e ao CPB, nas proporções de 62,96% e 37,04%, respectivamente.

O uso dessas verbas é o que diferencia basicamente as duas entidades. Enquanto o COB faz repasses às confederações esportivas e usa uma parte na administração e no planejamento olímpico, sempre visando ao alto rendimento, o CPB olha para a formação.

Além de fomentar pesquisas científicas em escolas e universidades, a entidade organiza Paralimpíadas Escolares e Universitárias que estimulem a iniciação dos jovens no esporte adaptado. Desta forma, sempre há novos nomes aparecendo, até em modalidades não tradicionais, como ocorreu em Tóquio com Mariana D'Andrea no halterofilismo e Alana Maldonado, no judô.

Claudinei Queiroz
Claudinei Queiroz

49 anos, é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, pós-graduado em Gestão de Marketing pelo Centro Universitário Senac e tecnólogo em Gestão do Esporte pela Universidade São Marcos. E-mail: claudinei.queiroz@grupofolha.com.br

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