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Mundo Olímpico: A virada do vôlei de praia brasileiro rumo a Paris-2024

Duplas que disputaram os Jogos de Tóquio se desfazem antes do fim do ano

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São Paulo

Já foi o tempo em que o vôlei de praia brasileiro era sinônimo de títulos mundiais e olímpicos, com duplas supercampeãs como Jaqueline e Sandra, Adriana Behar e Shelda, Juliana e Larissa, e Ricardo e Emanuel.

Desde que a modalidade se tornou olímpica, em Atlanta-1996, o Brasil sempre esteve com pelo menos uma parceria no pódio, até a Rio-2016. Em Tóquio, neste ano, pela primeira vez o país ficou fora da zona de medalhas, tendo como principal resultado o quinto lugar de Ana Patrícia e Rebecca.

Duda (à esq.) anunciou o fim de sua parceria com Ágatha, com quem disputou os Jogos de Tóquio; em 2022 ela voltará a jogar com Ana Patrícia
Duda (à esq.) anunciou o fim de sua parceria com Ágatha, com quem disputou os Jogos de Tóquio; em 2022 ela voltará a jogar com Ana Patrícia - Divulgação - 11.jul.21/FIVB

A frustração do evento na capital japonesa teve consequência imediata com o fim das quatro duplas que lá estiveram: Evandro/Bruno Schmidt, Ana Patrícia/Rebecca, Alison/Álvaro Filho e Duda/Ágatha.

A troca de times é rotina, com a procura incessante para achar o parceiro ideal, mas este ano foi uma forma de tentar reformular a modalidade no país e voltar a dominar o circuito mundial.

Alison passou a atuar com Guto, enquanto Álvaro Filho fechou parceria com Evandro. Bruno Schmidt, que foi operado recentemente, ainda não anunciou seu futuro. No feminino, Rebecca se juntou a Talita e Duda anunciou o retorno da parceria com Ana Patrícia.

As duas fizeram sucesso nas categorias de base, quando conquistaram o título dos Jogos Mundiais da Juventude em 2014 e foram bicampeãs mundiais sub-21 em 2017. A esperança é que o entrosamento seja o ponto de desequilíbrio, uma vez que Duda, aos 22 anos, já foi eleita duas vezes a melhor jogadora do mundo, enquanto Ana Patrícia é dona de um bloqueio eficiente.

A temporada de 2022 será primordial para demonstrar se as novas equipes estão no caminho certo, uma vez que os resultados do novo Beach Pro Tour, com 16 times da elite, contarão como classificatórios para as Olimpíadas de Paris-2024.

Em setembro do ano passado, a jogadora Carol Solberg, ao conquistar o bronze da etapa de Saquarema (RJ) do Circuito Brasileiro, comemorou ao vivo no SporTV com um sonoro "Fora, Bolsonaro!". Na ocasião, o ato provocou grande alvoroço e ela chegou a ser julgada pela Confederação Brasileira de Vôlei. No entanto, como esperado, não sofreu qualquer sanção.

Esta semana, ela voltou a criticar abertamente o governo federal pela política durante a pandemia de Covid, que resultou na morte de mais de 600 mil pessoas, além de lamentar o veto de Bolsonaro à distribuição gratuita de absorventes para as mulheres em vulnerabilidade social.

Infelizmente, são poucas as vozes que, como Carol, se erguem no meio esportivo para defenderem a democracia e a população. Se mais estrelas se posicionassem, talvez a situação do país fosse outra, com mais cobrança da opinião pública sobre os governantes.

Carol Solberg na praia de Ipanema, onde costuma treinar; ela é sempre crítica quantos às desigualdades sociais
Carol Solberg na praia de Ipanema, onde costuma treinar; ela é sempre crítica quantos às desigualdades sociais - Ricardo Borges - 13.nov.20/Folhapress
Claudinei Queiroz
Claudinei Queiroz

49 anos, é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, pós-graduado em Gestão de Marketing pelo Centro Universitário Senac e tecnólogo em Gestão do Esporte pela Universidade São Marcos. E-mail: claudinei.queiroz@grupofolha.com.br

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