O percentual de endividados no Brasil com mais da metade da renda comprometida com o pagamento de dívidas chegou a 73% no primeiro semestre deste ano, segundo pesquisa da Boa Vista, serviço de proteção ao crédito.
O índice mostra um aumento em relação ao mesmo período de 2018, quando o indicador foi de 56%, e liga o alerta de economistas.
Para Flávio Calife, da Boa Vista, a melhora na confiança do consumidor, no final de 2018, fez com que ele voltasse a tomar crédito e a consumir mais, otimismo que não se verificou no aumento de renda e emprego.
“Até o final do ano passado, havia uma queda no endividamento e no comprometimento da renda, porque os consumidores estavam ‘apertando o cinto’. De lá para cá, como passaram a uma situação relativamente mais positiva, voltaram a pegar dinheiro emprestado, mas o mercado de trabalho não teve o mesmo fôlego.”
A pesquisa da Boa Vista mostrou ainda que 83% dos brasileiros estão com dificuldades em manter as contas em dia, índice que, no ano passado, era de 81%.
O percentual de consumidores com dívidas acima de R$ 5.000 também aumentou: de 18% para 35%.
Sem confiança
Endividado e sem renda, o brasileiro tem perdido a confiança na economia. Em agosto deste ano, o INC (Índice Nacional de Confiança), da Associação Comercial de SP, teve queda e ficou em 88 pontos. Em julho de 2018, era de 76 pontos.
Ao mesmo tempo, entre os que avaliaram a chance de perder o emprego no curto prazo, o indicador aumentou de 30%, em julho, para 32%, em agosto.
Pesquisa | Grana comprometida
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O número de brasileiros inadimplentes que comprometem mais da metade da renda para pagar dívidas subiu de 56% para 73%
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Os dados são de levantamento da Boa Vista, um dos serviços de proteção ao crédito no Brasil
Brasileiros com mais de metade da renda destinada ao pagamento de dívidas
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1º semestre de 2017: 66%
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1º semestre de 2018: 56%
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1º semestre de 2019: 73%
Principais motivos do nome sujo
*Fatores mais citados pelos entrevistados:
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Desemprego (33%)
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Diminuição da renda (23%)
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Descontrole financeiro (19%)
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Despesas extras com saúde e educação (10%)
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Atraso no recebimento do salário (3%)
Do primeiro semestre de 2018 para o primeiro semestre de 2019:
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Os muito endividados cresceram de 37% para 43%
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Quem se diz ‘mais ou menos’ endividado passou de 33% para 27%
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Os pouco endividados caíram de 31% para 28%
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O número de pessoas sem dívidas subiu de 1% para 2%
Dicas para fugir do endividamento
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Entenda o perfil da sua dívida
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É preciso saber quais contas estão pendentes
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Saber se são contas de consumo, como luz, água e gás, por exemplo, ou se são gastos com cartão de crédito
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Há ainda outras despesas fixas mensais que podem comprometer bem a renda, como aluguel, condomínio, mensalidades etc.
2. Priorize
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Quais contas têm a cobrança de juros maior? Quais eu posso negociar? Quais consigo quitar?
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São perguntas que devem ser feitas na hora de priorizar pagamentos e negociações
3. Consulte seu perfil nos portais dos serviços de proteção ao crédito
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SPC Brasil: negociardivida.com.br/negociar/
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Todos os sites têm contato gratuito para renegociação de dívidas: antes de ligar, é preciso ter uma noção doseu quadro financeiro e saber o quanto você pode pagar
4. Estenda o prazo de pagamento e reduza as parcelas mensais
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Nas negociações, é possível, além de quitar valores com desconto, renegociar prazos e parcelas menores
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Veja o que cabe no bolso antes de aceitar ou fechar qualquer oferta
5. Saiba que o cartão de crédito é um vilão
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Acabe com essa dívida o quanto antes, pois os juros são os mais altos
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Neste caso, vale até tomar um outro empréstimo, de juros menores (como um consignado ou empréstimo pessoal) para quitar a fatura
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Negocie direto com a própria operadora do cartão para pagar juros menores
Fontes: Boa Vista SCPC, Flávio Calife, economista e reportagem
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