Professores da rede estadual de SP anunciam greve

Paralisação deve acontecer para pressionar pela retirada da reforma da Previdência estadual da Alesp

São Paulo

Professores da rede estadual de ensino de São Paulo anunciaram greve após assembleia da categoria, na tarde desta terça-feira (26).

Segundo a presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo) e deputada estadual Maria Izabel Azevedo Noronha (PT), a paralisação é em protesto à reforma da Previdência dos servidores do estado e à proposta de nova carreira do magistério estadual.

"A greve acontecerá todas as terças-feiras e nos dias em que estiverem em tramitação a Proposta de Emenda Constitucional 18/2019 e o Projeto de Lei Complementar 80/2019, até que esses projetos sejam retirados". Com isso, o primeiro dia previsto para a paralisação é 3 de dezembro.

Professores na Alesp
Assembleia de professores do estado de São Paulo na Alesp, nesta terça-feira (26) - Apeoesp/Divulgação

As proposições que tratam da reforma da Previdência estadual estão na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) desde o dia 13 de novembro.

A PEC, atualmente, está na CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação) e, o PLC, cujo prazo de permanência na mesma comissão se esgotou ontem (25), teve relator especial designado na tarde desta terça pelo presidente Cauê Macris (PSDB), o deputado Gilmaci Santos, do Republicanos.

A chamada "nova carreira" dos professores do estado, anunciada há duas semanas pelo governador João Doria (PSDB), também é criticada.

"Infelizmente, pelo que foi anunciado, os professores que optarem por essa farsa da 'nova carreira' passariam a receber 'subsídios' e não salários. Terão que abrir mão de todos os direitos da atual carreira, como quinquênios, sexta-parte [adicional que recebem com 20 anos de serviço], licença-prêmio, ALE [adicional pago quando a escola fica em local de difícil acesso] e todos os demais acréscimos e vantagens conquistados ao longo da carreira. Nossa carreira atual pode ter falhas, mas ela garante direitos que o governo quer nos tirar”, diz Maria Izabel.

Nova carreira

De acordo com o anúncio feito pelo governo estadual, para os professores ingressantes, a nova carreira será obrigatória. Não haverá opção de escolha. Essa seria uma forma de "valorização dos profissionais em início de carreira", disse Doria.

Hoje, as remunerações para  PEB 1 (professor de educação básica 1), que atua no anos iniciais da educação, são menores do que os salários de PEB 2 (professor de educação básica 2), que trabalha nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio.

"Não haverá mais diferença entre professores de alfabetização e fundamental com aqueles do ensino médio", disse o secretário da Educação, Rossielli Soares.

Para quem aderir ao novo modelo de carreira, além de salário inicial subir dos atuais R$ 2.585 para R$ 3.500 em 2020, a expectativa é que, em 2022, esse valor chegue a R$ 4.000.

O modelo atual da carreira de professores do estado, segundo o governo, é composto por uma estrutura com 64 referências salariais, que consideram tanto as promoções por mérito (oito faixas) quanto a evolução funcional (também oito faixas).

Com as promoções, a remuneração pode chegar a R$ 7.316,80. A nova proposta prevê redução para 15 referências salariais, que irão considerar intercaladamente desempenho (com provas práticas e de conhecimento) e desenvolvimento (formação). 

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