Metroviários aceitam proposta e suspendem greve marcada para esta terça-feira

Categoria aprovou greve na noite de segunda e, na madrugada, após proposta do estado, desistiu; mesmo assim, houve confusão pela manhã

São Paulo

Os metroviários de São Paulo desistiram da greve que estava marcada para a manhã desta terça-feira (28). A decisão foi tomada de madrugada, após, na noite de segunda (27), aprovarem a paralisação.

No entanto, o funcionamento não foi normal, e houve confusão no embarque de passageiros de madrugada.

A greve estava programada para ser realizada a partir da meia-noite, mas os trabalhadores haviam combinado de começar a paralisação, na prática, a partir das 4h30, afetando quatro linhas: 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 15-prata.

Usuários esperam abrir a entrada do metrô
Usuários esperam abrir a entrada do metrô em Itaquera, na zona leste da capital - Rivaldo Gomes/Folhapress

A decisão foi tomada após tentativa de negociação na Justiça do Trabalho de São Paulo, que determinou multa de R$ 150 mil aos metroviários e de R$ 500 mil ao Metrô caso houvesse a paralisação. No entanto, em assembleia, a categoria decidiu seguir sem trabalhar, pois, há dois meses, o estado não aceitava negociar.

Dentre os principais motivos para os funcionários decidirem parar estava o anúncio de um corte de 10% nas remunerações.

Segundo Altino Prazeres, coordenador do Sindicato dos Metroviários, não seria possível cumprir os percentuais mínimos de funcionamento determinado pela Justiça. "Na verdade, a gente não consegue manter [o percentual mínimo], o controle é da empresa, então, para fazer algo deste tipo, tinha que ter acordo entre sindicato e empresa, o que não ocorreu", afirma.

A greve foi definida em assembleia da categoria, na noite desta segunda-feira (27). O coordenador afirma que 70% dos participantes aprovaram a paralisação. A assembleia contou com a participação de cerca de 3.000 metroviários.

De acordo com Prazeres, os profissionais não brigam por valores maiores, querem apenas receber o salário. "Queremos manter nosso salário", diz ele. O sindicalista entende que, a greve durante a pandemia pode fazer com que os ônibus fiquem mais lotados, mas faz um apelo à população e ao governo. "Pedimos que os trabalhadores conversem com seus patrões e fiquem em casa. E pedimos ao governo que nos atenda", afirma.

Negociações

As negociações da categoria começaram em maio. A intenção dos funcionários era que a convenção de 2019/2020 seguisse válida durante o estado de pandemia. Para isso, desistiram de ter reajuste salarial. No entanto, o Metrô não aceitou, e a briga foi parar na Justiça

No dia 23, os metroviários receberam um comunicado do Metrô informando sobre um corte de nos salários nominais e nas gratificações de função referentes ao mês de julho. A redução anunciada foi de 10%.

Depois da assembleia da categoria, o Metrô enviou proposta mantendo a renovação da convenção coletiva de 2019/2020 para 2020/2021. A categoria se reuniu de madrugada e 80% dos 1.754 funcionários presentes optaram pela continuidade das operações e a não realização da greve.

O Metrô tem cerca de 8.500 funcionários, segundo o sindicato.

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