Reclamações sobre empréstimo consignado crescem 156%

Número de queixas neste ano já supera total registrado em 2020; veja como reclamar

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São Paulo

O número de reclamações envolvendo empréstimo consignado subiu 156% neste ano em comparação a 2020. De janeiro a agosto de 2021, foram 6.542 queixas em comparação a 2.555 no mesmo período do ano passado, segundo dados do Procon-SP.

A quantidade de problemas com crédito consignado nos oito meses deste ano já supera o total de reclamações sobre o tema registrado em todo o ano de 2020, quando 6.502 casos foram contabilizados. De 2019 para 2020 também houve alta, de 2.505 para 6.502 (160%).

Foto mostra um fundo laranja claro com um saco de dinheiro bege com um cifrão preto desenhado
A maior parte dos consumidores que chega ao Procon-SP reclama que não pediu ou não autorizou o empréstimo - Eduardo Knapp/Revista São Paulo

O órgão de defesa do consumidor afirma que o principal problema relatado pelos cidadãos é a falta de autorização do empréstimo --por exemplo, pessoas que não solicitaram os serviços e mesmo assim a grana foi depositada na conta e as parcelas, descontadas.

"Depositar valores na conta do consumidor sem autorização é uma prática abusiva. O primeiro passo que deve ser adotado é formalizar uma reclamação com a instituição que concedeu o empréstimo, em seguida entrar em contato com o Procon de sua cidade", alerta Fernando Capez, diretor executivo do Procon-SP.

A prática, inclusive, pode ser considerada amostra grátis, já que o dinheiro foi depositado sem que a pessoa tenha solicitado, e a devolução para o cliente deve ser o dobro do valor cobrado pelo serviço que não foi autorizado. O CDC (Código de Defesa do Consumidor) proíbe o envio de produtos ou serviço sem a anuência do consumidor.

"Quando uma instituição financeira coloca na conta do cidadão um valor sem que ele tenha pedido, este valor pode ser considerado uma amostra grátis. E, portanto, não deverá ser cobrado. Além disso, quaisquer juros ou encargos que venham a ser cobrados terão que ser devolvidos em dobro, conforme previsão legal", explica Capez.

Veja reclamações publicadas pelo Agora sobre empréstimo consignado:

Foto mostra um fundo rosa com duas mãos articuladas de madeira segurando uma nota de 100 reais dobrada ao meio cada
Juros ou encargos que cobrados indevidamente terão que ser devolvidos em dobro, segundo o Código de Defesa do Consumidor - Gabriel Cabral/Folhapress

O crédito consignado é concedido por meio de empréstimo pessoal ou cartão de crédito e o desconto das parcelas acontece direto no salário ou benefício do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O principal atrativo é a taxa de juros menor do que nas modalidades tradicionais de crédito.

Segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do crédito consignado varia de 1,14% a 4,48% em bancos e financeiras. Já os juros do cartão de crédito são de 12,5% ao mês, em média, e os do cheque especial são de aproximadamente 7,42% ao mês, conforme levantamento de agosto da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

Veja como registrar queixa contra empréstimo consignado

  • As reclamações sobre empréstimo consignado aumentaram 156% neste ano em comparação a 2020
  • O principal problema observado pelo Procon-SP é o depósito e desconto da grana sem autorização do consumidor

Veja como registrar uma reclamação no Procon-SP:

  1. Acesse o site do Procon
  2. Clique em "Faça sua reclamação"
  3. Selecione a opção "Cadastrar novas Consultas ou Reclamações"
  4. Entre com login e senha ou crie uma conta
  5. Clique em "Novo atendimento"
  6. Selecione a opção "Reclamação" e atualize os dados pessoais
  7. Escolha quem é o titular da reclamação (o próprio usuário ou terceiros)
  8. Informe o fornecedor, ou seja, o nome da instituição financeira que é o alvo da reclamação e classifique a queixa
  9. Salve o rascunho e avance
  10. Forneça detalhes da queixa conforme instruções na tela e inclua anexos, se necessário
  11. Finalize a reclamação

>> Também é possível cadastrar a reclamação nos postos de atendimento localizados nas unidades do Poupatempo da Sé, de Santo Amaro e de Itaquera, além do posto avançado dentro do 8º DP do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), no Brás, e nos postos de atendimento do Procon-SP municipais

Fonte: reportagem e Procon-SP

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