A aposentada Eliana da Silva, 60 anos, da Freguesia do Ó (zona norte), conta que, há dois meses, não consegue retirar fraldas geriátricas para sua mãe na UBS (Unidade Básica de Saúde) Jardim Guanabara, localizada na mesma região da capital paulista.
A mãe de Eliana tem 90 anos de idade e sofre da doença de Alzheimer.
Eliana relata que, desde o início deste ano, a família não tem conseguido retirar a quantidade suficiente para a utilização durante o mês. Ela explica que a mãe precisa, em média, de quatro trocas de fraldas por dia. “Na UBS, alegam que a Prefeitura de São Paulo não está entregando o suficiente, ou seja, 120 unidades. Desde janeiro, retiramos apenas nos meses de fevereiro, abril e julho”, reclama a leitora à reportagem do Defesa do Cidadão.
A aposentada conta que, desde que o produto deixou de ser entregue com regularidade, a família precisa comprá-lo em farmácias. “Quando conseguimos encontrar uma promoção o pacote, com sete fraldas, sai por R$ 20. Porém não dura nem dois dias completos. É um descaso ela ter que passar por isso.”
A leitora afirma que registrou várias reclamações na Ouvidoria da Prefeitura de São Paulo, mas, até o momento, nenhuma providência foi tomada para a solução do caso.
“A minha família ainda faz um esforço e conseguimos comprar as fraldas. Agora, fico imaginando as famílias que não podem fazer isso. É um desrespeito com o paciente, o cidadão. Afinal, é um direito deles”, diz.
Distribuição é emergencial
A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo informa que a leitora retirou 120 fraldas em 23 de julho, na UBS Jardim Guanabara. Antes disso, em 1º de abril, retirou 100 unidades.
O órgão diz ainda que concluiu o processo de compra para aquisição de 5,6 milhões de fraldas para reabastecer as unidades. A pasta afirma receber os itens gradualmente e as fraldas são distribuídas de forma emergencial. A secretaria alega que, desde o final de 2020, enfrenta dificuldade para comprar fraldas devido à falta de matéria-prima.
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