Descrição de chapéu Zona Oeste

Obra em muro de vidro na raia da USP está abandonada

Estrutura na marginal Pinheiros completa um ano nesta quinta-feira (4)

São Paulo

As obras do muro de vidro da USP completam nesta quinta-feira (4) um ano de inauguração e continuam paralisadas. A construção fica ao lado da marginal Pinheiros (zona oeste) e ao lado da raia olímpica da USP (Universidade de São Paulo).

Desde a primeira semana de obras, vidros do muro foram encontrados quebrados. Até o momento, não se sabe as circunstâncias em que as placas de vidro foram destruídas. Cada uma delas custa cerca de R$ 4.000.

Muro de vidro da raia olímpica da USP, na marginal Pinheiros, na zona oeste da capital, inaugurado em 4 abril de 2018 - Rivaldo Gomes/Folhapress

A reportagem esteve por volta das 16h10 desta quarta-feira (3) no local e constatou que 17 placas de vidro estavam quebradas. Também foi apurado que ao menos duas delas, intactas, estavam largadas em um gramado, ao lado da marginal.

Um funcionário da USP falou, em condição de anonimato, que “a maioria” das placas de vidro quebram “de dentro para fora”. “Os estilhaços da maioria delas cai para o lado da marginal. Isso indica que quebraram de dentro para fora. Ou seja, não teria como alguém ter feito isso”, ponderou.

A reportagem ainda apurou no local que o muro anterior, de concreto, ainda se estende por cerca de um quilômetro, mesma distância agora preenchida pela construção de vidro.

O prefeito Bruno Covas (PSDB) falou nesta quarta-feira (3), em entrevista coletiva, que a prefeitura se compromete em ajudar à universidade, caso ela não consiga captar os recursos necessários para a conclusão da obra. “O município está à disposição para terminar a obra, que é também uma aquisição para a cidade de São Paulo. Ela gera um efeito na paisagem que vai muito além da própria USP, inclusive que justifica essa complementação da prefeitura”, argumentou.

A obra foi entregue incompleta em 4 de abril do ano passado pelo então prefeito João Doria (PSDB), atual governador do estado. A obra provocou polêmica ao ser anunciada. Doria a inaugurou simbolicamente antes de sair da prefeitura.

Acústica
Os treinos de atletas profissionais e amadores foram prejudicados, após o início das obras do muro de vidro na raia olímpica da USP. Um professor explicou, em condição de anonimato, que uma pista de corrida foi desativada.

“A pista ficava ao lado do antigo muro. Ela era usada para aquecimento e também para treinadores gritarem orientações a atletas durante competições”.

O professor acrescentou que, após o início das obras, o lado onde fica o muro de vidro começou a apresentar pontos de erosão. “Até o momento posso afirmar que são ao menos três. Até uma árvore caiu na água, atrapalhando o rendimento dos treinos”, afirmou.

Além disso, o educador afirmou que o isolamento acústico, proporcionado pelo antigo muro de concreto “foi perdido”. “Agora há muito poluição sonora, prejudicando a comunicação entre os altetas e seus técnicos”.

Resposta

A SSP (Secretaria da Segurança Pública), do governo João Doria (PSDB), afirma que foram registradas, até o momento, 31 ocorrências de dano aos vidros do muro da USP, além de quatro casos de furto, sem especificar de quais objetos. Uma pessoa foi presa.

A pasta acrescenta que um inquérito policial foi instaurado no 93º DP (Jaguaré) para investigar o caso. A Polícia Científica concluiu laudos periciais, “que são analisados pela equipe de investigação”.

A USP afirmou que as obras do muro de vidro estão paradas, desde o último trimestre do ano passado, “à espera de um necessário ajuste no projeto de instalação, que deve envolver a prefeitura, empresas e a universidade”.

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