Descrição de chapéu Vigilante Agora

Passarelas são inseguras e sofrem com o abandono

Pedestres encontram lixo, pichação e fezes

A passarela Pascoal Gianetti, na avenida Jacu-Pessgo, tem lixo acumulado e está sem iluminação - Rivaldo Gomes/Folhapress
 
São Paulo

As passarelas de São Paulo não oferecem condições mínimas ao pedestre. Falta de segurança e abandono são alguns dos problemas encontrados pelo Vigilante Agora em visita a 15 passarelas da cidade, distribuídas pelas cinco regiões da cidade, na segunda-feira passada.

De todos os locais visitados, somente a recém-reformada passarela Comandante Rolim Amaro, que dá acesso ao aeroporto de Congonhas, estava em condições plenamente adequadas. Na maioria das passagens faltava cobertura e muitas não tinham iluminação própria.

No corredor norte-sul, as passarelas que cruzam as avenidas Tiradentes e Santos Dumont estavam em estado de abandono. Além de muito lixo e pichações, havia também urina e fezes. Nos três locais, foram encontrados acampamentos de moradores de rua e na passarela Varam Keutenedjian, no Bom Retiro, pessoas consumiam drogas no meio da passagem. Próximo à estação da Luz, vendedores ambulantes obstruíam o fluxo de pedestre da passarela da rua das Noivas.

Em algumas vias, o acesso de pessoas com deficiência ou com mobilidade era dificultado por problemas na estrutura. Nas entradas das passarelas do Shopping Raposo Tavares (zona oeste) e dos km 227, 228 e 230 da rodovia Presidente Dutra (zona norte) havia barras de metal em zigue-zague que impediam a passagem de cadeiras de roda e carrinhos de bebê. A estrutura também atravancava o fluxo de pedestres, pois permitia a entrada e saída apenas de uma pessoa por vez.

Acessibilidade também é problema na Vila Matilde (zona leste). Na passarela Eduardo Manna, um desnível na junção das placas do chão dificultava a movimentação –cadeirantes poderiam ter passagem inviabilizada. Para piorar, o piso estava esburacado e o local não tinha iluminação própria. Também foi encontrado muito lixo e sinais de depredação nas grades.

Em Pinheiros (zona oeste), a passarela Oswaldo Guedes de Oliveira também é alvo de vandalismo. Apesar do piso reformado e da fachada limpa darem aspecto de novo à estrutura, todas as paredes internas da travessia são cobertas por pichações e também por cartazes. Os jardins instalados sobre o teto das rampas viraram ponto de descarte de lixo.

RESPOSTA

Por meio de nota, a Prefeitura de São Paulo, sob gestão Bruno Covas (PSDB), disse que os reparos na passarela Eduardo Manna, com respeito ao desnivelamento e buracos, foram realizados na última sexta-feira. A subprefeitura de Pinheiros está à procura de parceiros da iniciativa privada para manutenção da estrutura.

A prefeitura disse, ainda, que efetua serviço de varrição diário nas passarelas do Corredor Norte-Sul, e que não há previsão de cobertura nos locais. Com relação ao refletor obstruído por árvores em Itaquera, a subprefeitura responsável se comprometeu a realizar a poda. Sobre a falta de iluminação, foi dito que “a elaboração de um novo edital está em andamento”.

O Grupo CCR, que administra a rodovia Presidente Dutra, disse que as barras de metal impedem a passagem de motociclistas. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) disse que os mesmos dispositivos, instalados na Raposo Tavares, respeitam a distância básica para que uma pessoa com deficiência passe.
 

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