Santana (zona norte), Grajaú e Campo Limpo (zona sul), Tatuapé e Itaquera (zona leste), Lapa e Butantã (zona oeste) e a região central são os locais com a maior movimentação de pessoas na cidade de São Paulo. Os dados são do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).
Técnicos realizam o levantamento dos dados com base nas informações sobre celulares fornecidas pelas operadoras.
O estudo leva em conta um raio de 200 metros do local de pernoite. Quando a pessoa se afasta da residência, além deste perímetro, o levantamento considera que ela rompeu o isolamento social. Os dados avaliam a movimentação do celular, ou seja, se uma pessoa sair sem o aparelho a computação das informações pode variar.
Além disso, a análise realizada pelo instituto leva em conta apenas os dados quantitativos, não é realizada uma análise qualitativa. O levantamento não considera se a pessoa deixou sua casa para ir ao supermercado, a farmácia ou mesmo se saiu para trabalhar, a única avaliação é se ela rompeu os 200 metros de proximidade da residência.
Segundo Alexandre Santiago dos Santos, pesquisador do IPT, “os bairros com a maior movimentação são também os bairros mais centrais de suas regiões, com concentração de comércio e serviços”.
Por isso, um bairro pode ser movimentado mesmo quando existe uma adesão ao isolamento social por parte dos moradores. Isso porque recebe a visita de moradores de outros bairros ou por ficar próximo de locais com grandes avenidas como as marginais Tietê e Pinheiros, Radial Leste ou Cruzeiro do Sul.
A adestradora de cães Thaís Lago de Alencar, 40, foi até Santana, nesta sexta-feira (17), porque não conseguiu os serviços que precisava próximo a sua casa. “Hoje (17) precisei resolver questões bancárias que não davam para solucionar pela internet”, afirma a moradora do Mandaqui, também na zona norte.
No bairro, a reportagem viu algumas lojas abertas.Entre elas, perfumarias e lojas de roupas que ficavam com as portas meio levantadas e deixavam os clientes entrar um por um.
Quando o levantamento observa somente o isolamento social (moradores que ficaram dentro do perímetro de 200 metros da residência durante todo o dia), os bairros com maior adesão são Marsilac (72%) e Parelheiros (62%), na zona sul, e Ermelino Matarazzo (58%), na zona leste.
Já Vila Nova Conceição (30%) e Alto da Boa Vista (33%), na zona sul, e Vila Leopoldina (37%), na zona oeste, são os de menor adesão. Os dados são desta quinta-feira (16).
Entre as principais cidades da Grande São Paulo, a adesão ao isolamento social é menor em Barueri (44%) e a maior em Mairiporã (58%).
O estudo considera o número de moradores de cada bairro, o que significa que a quantidade de pessoas vivendo no bairro, atividade comercial e atividade industrial de cada local não são analisadas.
Um local com grande atividade industrial ou com baixa densidade demográfica pode apresentar uma porcentagem maior de adesão ao isolamento social do que bairros estritamente residenciais.
Segundo o estudo do IPT, um bairro com baixa adesão ao isolamento social pode também ser pouco movimentado, já que os moradores do local podem sair de casa para frequentar outras partes da cidade, interferindo no índice de movimentação de bairros mais comerciais como Santana e Lapa.
Resposta
A Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), diz em nota que desde o dia 20 de março, cerca de 2.000 agentes têm trabalhado na conscientização de ambulantes e comerciantes em manter os estabelecimentos fechados.
As Subprefeituras Santana Tucuruvi e Lapa afirmam ter intensificado as ações de fiscalização desde o início do decreto 59.298/20, com o apoio da GCM (Guarda Civil Metropolitana) e a Polícia Militar.
"Até o momento, um estabelecimento não essencial foi interditado por não acatar a decisão de fechamento em Santana e 11 na Lapa. Os mesmos poderão ser desinterditados após o cumprimento do decreto, caso não tenham sua licença de funcionamento cassada", diz a nota.
"Os locais que descumprem o exposto no decreto estão sujeitos a interdição imediata de suas atividades e, em caso de resistência, cassação do alvará de funcionamento ou TPU / Autorização Temporária. Reiteramos que o objetivo não é multar, mas, sim, evitar aglomerações para reduzir o risco de transmissão do coronavírus para proteger a população, conforme as orientações do Ministério da Saúde e da Organização", afirma.
População nas ruas ou em quarentena - capital*
Maior adesão ao isolamento social
Bairro | % de pessoas em casa |
---|---|
Marsilac (zona sul) | 72% |
Parelheiros (zona sul) | 62% |
Ermelino Matarazzo (zona leste) | 58% |
Cidade Tiradentes (zona leste) | 57% |
Itaim Paulista (zona leste) | 55% |
Grajaú (zona leste) | 55% |
Tremembé (zona norte) | 55% |
Anhanguera (zona norte) | 55% |
Pedreira (zona sul) | 55% |
Guarapiranga (zona sul) | 54% |
Menor adesão ao isolamento social
Bairro | % de pessoas em casa |
Vila Nova Conceição (zona sul) | 30% |
Alto da Boa Vista (zona sul) | 33% |
Vila Leopoldina (zona oeste) | 37% |
Cambuci (zona sul) | 37% |
Lapa (zona oeste) | 38% |
Parque Novo Mundo (zona norte) | 39% |
Ibirapuera (zona sul) | 40% |
Santo Amaro (zona sul) | 40% |
O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) analisa os dados informados pelas operadoras de celular (Claro, Vivo, Oi e TIM). Levando em conta a residência da pessoa, quando ela sai de um raio de 200 metros de perto da sua casa, é considerado que ela rompeu o isolamento social.
Uma única vez já é suficiente para romper o isolamento
Maior movimentação de pessoas
- Santana (zona norte)
- República (centro)
- Tatuapé (zona leste)
- Itaquera (zona leste)
- Grajaú (zona sul)
- Campo Limpo (zona sul)
- Butantã (zona oeste)
A movimentação é verificada com base nos celulares que estão a mais de 200 metros de suas residências de origem
Dados de 16/4
Fonte: IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas)
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