Pistas para caminhada estão sem zeladoria

Rachaduras, piso desnivelado e obstáculos, atrapalham os pedestres

São Paulo

Ao ar livre e sem custo, as pistas de caminhada e corrida espalhadas pela capital ganham cada vez mais adeptos. A maioria está localizada nos canteiros centrais de importantes avenidas, entre árvores, flores, outros tipos de vegetação e lixo descartado irregularmente pela população.

No entanto, o Vigilante Agora retornou a dez locais visitados há cinco anos e a situação, praticamente, não mudou. Entre os problemas encontrados em grande parte dos espaços municipais estão as condições irregulares das pistas, com várias rachaduras, buracos e desníveis no concreto, além de mato alto e falta de sinalização para locomoção do pedestre.

Pedestre passa por pista de caminhada repleta de rachaduras,  na zona norte
Pedestre passa por pista de caminhada repleta de rachaduras, na na zona norte - Rivaldo Gomes/Folhapress

Na zona sul, a praça linear Professor Dr. Vitorino Castelo Branco, na avenida Engenheiro Armando Arruda Pereira, no Jabaquara, possui uma pista para a prática da caminhada e corrida com cerca de 300 metros.
A outra pista, na realidade uma calçada mais larga, é utilizada pelos ciclistas.

Caso do corretor de imóveis Gilson Henrique, 50 anos, morador em Diadema (ABC), que diariamente passa pelo local com sua bicicleta para fazer bico de garçom em restaurante próximo. "Os ciclistas utilizam essa pista", diz Henrique, referindo-se à misto de calçada e ciclovia improvisada.

A confusão no uso das duas pistas é sinônimo de alguns esbarrões entre pedestre e ciclistas, segundo os frequentadores. "O problema é a velocidade das bicicletas na calçada. Já teve até atropelamento", afirma comerciante do entorno, que pediu para não ser identificado.

No canteiro central da avenida General Edgar Facó, de um lado Pirituba e do outro Freguesia do Ó (zona norte), o ex-gestor de compras Inaldo Lima, 50 anos, levou cerca de três minutos para conseguir atravessar de um trecho para outro da pista pela via. Isso porque o semáforo de pedestre está tampado com plástico, sem funcionamento, há pelo menos um mês.

'Trabalhos serão intensificados

A gestão Bruno Covas (PSDB), diz, em nota, que triplicou o orçamento para intervenções de zeladoria na capital em 2019: de R$ 500 milhões para R$ 1,5 bilhão, e os serviços serão "intensificados", o que "inclui as pistas de caminhada e canteiros da cidade".

Também afirma que "ampliou a importância estratégica das calçadas, com previsão de R$ 400 milhões de investimentos, que resultarão em 1,5 milhão de metros quadrados de calçadas requalificadas até o final de 2020. Foram selecionadas calçadas com grande fluxo de pedestres, bem como aquelas que receberam reclamações via 156". Sobre os locais apontados pela reportagem, a gestão diz que trabalhos de zeladoria estão previstos. 

Quanto a presença de moradores de rua, afirma que faz "oferta dos serviços da rede socioassistencial às pessoas em situação de rua. Importante frisar que as equipes não podem obrigar a população a aceitar acolhimento". 

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