Descrição de chapéu Zona Leste

UPA na zona leste está pronta há meses mas nunca funcionou

Unidade de Pronto Atendimento foi construída para desafogar hospital municipal que vive lotado

São Paulo

Uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) 24 horas que seria para desafogar os serviços de saúde na região de São Miguel Paulista (zona leste), principalmente o sempre lotado pronto-socorro do Hospital Municipal Tide Setúbal, está com obras concluídas, mas sem nunca ter sido usada pelas pessoas que precisam de médico.

Recepção do Hospital Tide Setúbal, na zona leste - Rivaldo Gomes/Folhapress

A última promessa de entrega da unidade era junho de 2018. Porém, até agora, a gestão Bruno Covas (PSDB) ainda não abriu as portas do local para população.

Vigilantes faziam a segurança nesta quarta-feira da UPA, que se chamará Tito Lopes e fica na avenida Pires do Rio, 294, a 400 metros do hospital --a pé, o percurso é feito em cerca de 5 minutos.
Uma vizinha diz que as obras terminaram há cerca de três meses.

A grama alta e o mato ao redor dão sinais do tempo de espera. "Falaram que nem neste ano a UPA abre", diz comerciante, que não quis ser identificado.

No terreno ao lado da nova unidade funciona uma espécie de garagem de ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) --dez estavam paradas sob a terra.

Enquanto a UPA não é inaugurada, o pronto-socorro adulto do Tide Setúbal estava superlotado nesta quarta. A fila já se formava a partir da recepção, onde o paciente abre a ficha de atendimento. O mesmo ocorria para passar pela classificação de risco. 

Ao menos, 50 pessoas aguardavam para entrar em outra ala, onde ficam consultórios da AMA (Assistência Médica Ambulatorial).

Neste setor, outros 50 pacientes também esperavam para passar por consulta ou realizar exame laboratorial. Alguns aguardavam em pé.

Funcionários ouvidos pelo Agora disseram que no sábado e na terça-feira a situação estava "caótica" pela falta de médicos, entre eles, ortopedistas e clínicos.

Lajeado

O Pronto-Socorro Municipal Julio Tupy, no Lajeado, Guaianases (zona leste), é o retrato do abandono. Sequer identificação visual com o seu nome a unidade médica possui.

Pessoas aguardavam horas pelo atendimento sentadas em duros bancos de madeira nesta quarta-feira, sem qualquer tipo de encosto, em uma área de recepção com pó e sujeira espalhada pelo chão. Outros em pé pela falta do assento.

Ao lado, com uma divisória em placa de aço, homens carregam materiais e batem martelos. A correria é para terminar a UPA Júlio Tupy, iniciada entre abril e maio de 2015, ainda na gestão Fernando Haddad (PT).

Uma placa no terreno do pronto-socorro diz que a obra seria concluída em 23 de abril de 2016, com investimento de R$ 6,8 milhões, o que não ocorreu, inclusive com paralisação de obras na administração passada.

UPAs

Além da Tito Lopes, outras três UPAs estão praticamente prontas para aumentar o atendimento de urgência --uma na zona leste e duas na norte.

Com paralisações ao longo do caminho, os equipamentos têm, pelo menos, um ano de atraso de entrega prometida.

O Agora esteve nas quatro unidades nesta quarta-feira --três ainda tinham homens trabalhando.
Com capacidade para atender 16 mil pacientes por mês, a UPA Perus (zona norte) na gestão Bruno Covas tinha, inicialmente, entrega prevista para dezembro de 2018. 

A unidade fica a um quilômetro e meio de distância do Pronto-Socorro de Perus --Dr. Luiz Antonio de Abreu Sampaio Dória, que também estava superlotada.

Resposta

A Prefeitura de São Paulo, sob gestão de Bruno Covas (PSDB), afirma, em nota, que as UPAs Tito Lopes, Julio Tupy, Pirituba e Perus têm previsão de entrega neste semestre.

A gestão diz ainda que retomou, a partir de 2017, diversas obras paralisadas pela gestão anterior, inclusive as quatro UPAs.

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