Pontos de ônibus na periferia estão quebrados e sem bancos

Muitos locais não possuem cobertura, estão sujos e sem informações sobre linhas

Parada de ônibus na estrada das Lágrimas, no bairro de Heliópolis (zona sul), sem cobertura e bancos, além de estar em uma calçada estreita 
Parada de ônibus na estrada das Lágrimas, no bairro de Heliópolis (zona sul), sem cobertura e bancos, além de estar em uma calçada estreita  - Rivaldo Gomes/Folhapress
São Paulo

Se não bastassem os problemas diários com o transporte público coletivo em São Paulo, os passageiros ainda sofrem com a falta de estrutura em pontos de paradas de ônibus de bairros em regiões periféricas. Muitos sem cobertura e bancos, além da falta do itinerário das linhas que passam no local.

A reportagem do Vigilante Agora percorreu cerca de 200 quilômetros na última segunda-feira (12), entre avenidas e ruas das regiões leste, norte, sul e oeste. No total, 33 pontos de ônibus foram analisados em 17 endereços da cidade, alguns encravados nos extremos da capital.

Na estrada do Sabão, na Brasilândia (zona norte), altura do número 1.577 e em frente a uma escola estadual, apenas um poste marrom, sem qualquer outra informação, faz o ônibus parar no local. Em frente ao 819, a situação ainda é pior: um poste de madeira antigo está fincado na calçada da via.

Ainda na Brasilândia, os inúmeros passageiros aguardam pelo transporte em pé, na altura do número 1.792, em estreita calçada da rua Parapuã, ponto comercial do bairro. Ali, apenas o poste, com propaganda colada e itinerário rasgado. “A gente cansa de ficar em pé”, diz o aposentado Petrolino José da Silva, 73 anos, que voltava da casa do filho.

Na zona leste, na extensa avenida Sapopemba, altura do 10.266, sentido São Mateus, tem banco com quatro assentos, mais parte da cobertura enferrujada.

“A situação é lamentável. Imagina isso em horário de pico e de chuva”, diz o mecânico de automóveis Aldemir Souza, 54 anos, morador no Parque Santa Madalena, Sapopemba, referindo-se ao rombo na cobertura.

Cena idêntica no ponto do outro lado da mesma avenida, sentido centro, na cobertura. De 24 placas de metal, 12 faltavam.

A falta de banco foi registrada no ponto de ônibus na avenida Jacu Pêssego, altura do 220, na Vila Jacuí (zona norte), onde a dona de casa Maria Iva Alves de Castro, 57 anos, se apoiava na coluna de concreto. Na mão direita, a bengala. 

“É um descaso”, diz Maria Iva, enquanto a neta Gabrielly Costa Gomes, 13 anos, se apoiava em cima de pneu velho encostado na parede.

Se falta estrutura nos pontos de ônibus, sobra propaganda colada. Os ‘marqueteiros de plantão’ comercializam de tudo: de imóveis a ouro, com direito a nome e celular para contato.

Resposta

A Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), diz, em nota, que existem cerca de 20 mil pontos de parada instalados, sendo 3.250 na área central.

A SPObras, empresa municipal responsável pelo mobiliário urbano, diz que solicitou à “concessionária a verificação da necessidade de manutenção dos equipamentos de sua responsabilidade e tomar as providências cabíveis de imediato”, seguindo as regras do contrato de concessão.

Na avenida Sapopemba, com total de 26 quilômetros de extensão, a prefeitura diz que há “127 pontos de parada” nos 21 quilômetros da via correspondentes ao município.

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