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Maternidade pode fechar por falta de grana na Grande SP

Gestão da Jesus, José e Maria, em Guarulhos, diz fazer 560 partos por mês

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São Paulo

A Maternidade Jesus, José e Maria, em Guarulhos (Grande SP) corre o risco de fechar por falta de verba no ano que vem.

Presidente do conselho deliberativo da maternidade, Luiz Roberto Mesquita diz que o valor pago pelo SUS não é suficiente para manter cerca de 600 funcionários e realizar, em média, 560 partos mensais. Por isso, todos os anos é feito pedido de suplementação à Prefeitura de Guarulhos.

Fachada da Maternidade Jesus, Maria José, em Guarulhos (Grande SP), que corre o risco de fechar - Rubens Cavallari/Folhapress

No entanto, dos R$ 40 milhões pedidos para que a unidade continuasse funcionando, apenas R$ 30 milhões foram aprovados. “Tivemos que utilizar a nossa reserva para atender a população. Temos um déficit de R$ 350 mil por mês para poder realizar todos os procedimentos”, diz Mesquita.

Uma carta aberta assinada por funcionários foi distribuída no hospital com o alerta de fechamento. O texto lembra que mais de 100 mil bebês nasceram na maternidade.

O presidente do conselho afirma que o valor da suplementação pago pela prefeitura deixou de ser suficiente porque grande parte da população perdeu o convênio e recorreu ao sistema público de saúde. “Deveríamos atender 22,8% de casos de alto risco e hoje estamos atendendo 48%”, diz.

Nesta quinta-feira (21), a Prefeitura de Guarulhos anunciou que irá oferecer R$ 3,2 milhões, que serão utilizados pela instituição filantrópica para saldar despesas correntes, como o pagamento de 13º salário.

Segundo Mesquita, no entanto, este valor é suficiente apenas para manter a unidade até o fim do ano.

A maternidade é referência em partos, inclusive de riscos, cirurgias obstétricas, mamografias, atendimentos ginecológicos e ultrassonografias. O presidente do conselho afirma que também disponibiliza uma série de procedimentos cujo SUS não cobre. 

Resposta

A Prefeitura de Guarulhos, gestão Gustavo Henric Costa, o Guti (PSB), diz que a suplementação de R$ 3,2 milhões anunciada para a maternidade só foi possível graças a um acordo com a Câmara, que adiantará a devolução de parte do que foi repassado.

“Não poderíamos deixar de socorrer um hospital tão importante para a população. Apesar das dificuldades financeiras que o município passa, conseguimos uma solução com o apoio do Legislativo”, afirmou a nota.

O dinheiro deverá chegar ao até dia 10 de dezembro, segundo a prefeitura. 

A gestão afirma que está com repasses em dia e que, neste ano, já foram transferidos R$ 47 milhões à maternidade, incluindo os valores do SUS. Segundo nota, com a parcela do próximo mês, serão R$ 51 milhões, sendo que R$ 30 milhões do município, 67% a mais do que estava orçado em 2016.

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