Jovem encontrado em lago após sumir no ABC morreu por afogamento, diz laudo

Parentes de Lucas Eduardo Martins dos Santos, de 14 anos, acusam a PM pelo desaparecimento

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São Paulo

Laudo do IC (Instituto de Criminalística) afirma que o adolescente Lucas Eduardo Martins dos Santos, de 14 anos, morreu por afogamento. O rapaz foi encontrado morto em um lago no Parque Municipal de Pedroso, em Santo André (ABC), em 15 de novembro. 

O corpo foi localizado dois dias após o menor desaparecer, em frente de casa, durante uma suposta abordagem da Polícia Militar. Na ocasião, dois PMs​ foram afastados. Não foi informado, até a publicação desta reportagem se os policiais permanecem fora das ruas. 

Lucas desapareceu por volta da 0h10 do dia 13, quando teria saído para comprar refrigerante perto de sua casa em Santo André (ABC). Parentes do garoto acusam policiais militares pelo sumiço. 

Familiares de Lucas Eduardo Martins dos Santos, de 14 anos, acusam policiais militares de terem desaparecido com o jovem, por volta da 0h10 desta quarta-feira (13) em Santo André (ABC - Arquivo Pessoal

Uma tia do menino afirmou, na ocasião do desaparecimento, que Lucas estava na casa dela, no Jardim Santa Cristina, antes de sumir. O adolescente ia sempre ao local para brincar com o primo de 12 anos. Por volta das 23h40, a parente falou para ele retornar para casa.

"Ele foi para casa, pediu um dinheirinho [ao irmão] para comprar um refrigerante e saiu de novo”. O menino não foi mais visto depois disso, afirmou ela à época. 

O irmão do garoto, de 22 anos, disse em depoimento que por volta da 1h40 ouviu o barulho da polícia em frente à sua casa, onde vivia com o Lucas e com a madrasta. 

Ela atendeu aos policiais que, segundo disse, perguntaram os nomes das pessoas que moravam na residência. Os PMs acabaram indo embora sem entrar. Segundo boletim de ocorrência, a madrasta afirma ter ouvido alguém falar “eu moro nessa casa”, pouco antes de se abrir a porta.

Como Lucas não aparecia, parentes começaram a procurar por ele no bairro. O corpo foi localizado dois dias depois boiando no lago do parque municipal. 

Ainda de acordo com o laudo do IC, o corpo do adolescente não apresentava sinais de violência. 

Para o advogado, conselheiro do Condepe (Conselho Estadual de Direitos Humanos), Ariel de Castro, os supostos assassinos de Lucas teriam usado o afogamento como estratégia para dificultar as investigações e “para garantirem a impunidade.” 

“Certamente o jovem não sairia de sua casa de madrugada para nadar no córrego e em consequência disso se afogar. É preciso explicar a provável abordagem policial sofrida pelo jovem, o desaparecimento e o próprio afogamento dele”, afirmou Castro.

O advogado acrescentou que Lucas pode ter sido jogado no lago, enquanto supostos criminosos aguardaram ele se afogar e morrer.

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