Polícia solta suspeito de envolvimento na morte de família do ABC

Policiais não encontraram provas suficientes sobre a participação dele no crime, e está à procura de mais um suspeito

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São Paulo

A polícia soltou, no início da tarde desta sexta-feira (7), Michael Robert dos Santos, 26 anos, um dos cinco presos por suspeita de envolvimento no assassinato de uma família, encontrada carbonizada no porta-malas de um veículo em São Bernardo do Campo (ABC), na madrugada do último dia 28. 

Na última terça-feira (4), o delegado Paul Henry Bozon Verduraz falou em entrevista sobre a possibilidade de o suspeito ser solto. A reportagem apurou que não havia materialidade de provas para o envolvimento de Santos no crime.

Ao sair do COI (Centro de Operações Integradas de Segurança), Santos negou envolvimento nas mortes de Romuyuki Gonçalves, 43, da mulher dele, Flaviana, 40, e do filho do casal, Juan, 15. 

“Foi doído quando me prenderam. É triste ser acusado de uma coisa que você não fez.  Mas você [reportagem] pode ver, saí [pela porta da frente da delegacia] sem algemas e inocente”, afirmou. 

Michael foi preso na última segunda-feira (3) em Avanhandava (472 km de SP), mas já morou em Santo André (ABC) e foi preso em 2013 por receptação. Ele disse que só soube o motivo de sua prisão quando estava no carro da polícia.

Segundo Santos, ele não conhece nenhum dos suspeitos presos: Ana Flávia Menezes Gonçalves, 24, filha e irmã das vítimas, sua namorada, Carina Ramos de Abreu, 31, Juliano Oliveira Ramos Júnior, 22, e Guilherme Ramos da Silva. 

Além da soltura de Santos, a Justiça decretou, a pedido da polícia, a prisão de um homem de 23 anos. Ele estava foragido até a publicação desta reportagem. 

O procurado, segundo a polícia, é namorado de uma adolescente de 14 anos, que foi levada para a delegacia na segunda-feira, após a Polícia Militar encontrar na casa dela, em Santo André, objetos, joias e dinheiro roubados da residência da família assassinada —alguns deles foram reconhecidos por parentes das vítimas. A adolescente foi liberada após prestar depoimento à Polícia Civil. 

O Agora apurou que ele é apontado pela polícia como a pessoa que dirigiu o carro de Ana Flávia, após o veículo sair do condomínio de Santo André, onde as vítimas moravam e foram rendidas. Ele também é suspeito de ter comprado a gasolina usada para queimar o carro com as vítimas dentro.

O caso

No início da madrugada de 28 de janeiro, a Polícia Militar encontrou na estrada do Montanhão, em São Bernardo, um Jeep Compass em chamas com os corpos das três vítimas no porta-malas.

A família foi rendida na noite do dia 27 na casa onde moravam, em um condomínio em Santo André. 

No dia seguinte, a polícia prendeu Ana Flávia e Carina, por suspeita de envolvimento. A casa da família estava toda revirada e no local também foram encontradas marcas de sangue.

As duas deram três versões diferentes para o caso. Primeiro disseram que a família foi morta por causa de uma dívida de R$ 200 mil com um agiota. Depois alegaram um assalto e por fim admitiram participação no planejamento do roubo, mas não nas mortes, conforme disse o advogado de defesa da dupla, Lucas Domingos.

A última versão foi dada depois que Juliano Ramos Júnior, que é primo de Carina, foi preso e, em depoimento na segunda-feira (3), disse que as duas não só participaram do assalto como autorizaram o assassinato da família.

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