Covas estuda fechar ruas de SP para aumentar isolamento social

Governo do estado também pode endurecer restrições e utilizar a polícia para elevar a adesão

São Paulo

A Prefeitura de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), avalia a possibilidade de fechar ruas, praças e avenidas da capital paulista como forma de aumentar o isolamento social na cidade. A possibilidade está em análise e o anúncio pode ser feito já nesta segunda-feira (13).

Segundo o prefeito Bruno Covas, "é necessário neste momento estudar formas de tornar mais forte esse isolamento social, então tanto a equipe estadual quanto a equipe do município estão verificando. Devemos anunciar, ao lado do João Doria, novas medidas se for o caso". A afirmação foi feita em entrevista à GloboNews, nesta sexta-feira (10).

Prefeitura de São Paulo avalia fechar algumas ruas da capital paulista para aumentar adesão ao isolamento social por conta da pandemia de coronavírus. - Thea Severino/Folhapress

A taxa de isolamento em São Paulo, de acordo com dados de monitoramento do governo paulista, caiu para 47%. Para conter propagação do novo coronavírus, taxa deve ser de pelo menos 70%, segundo avaliação da equipe técnica da administração estadual.

"Seja intervenção em algumas ruas, da mesma forma que a gente fez na região central e no Brás, seja colocar a Polícia Militar para prender as pessoas que se aglomeram. A gente está aqui com as equipes estudando e verificando de que forma, caso necessário, a gente pode anunciar medidas", completou Covas.

O prefeito afirmou que carros de som estão sendo utilizados para alertar a população de bairros nas periferias sobre a importância do isolamento social no combate a Covid-19. Ainda segundo ele, equipes de saúde da administração municipal estão visitando as pessoas "casa a casa para fazer este aviso".

Covas disse que a zona leste da capital paulista é a região mais afetada. "Estamos usando leitos de outras regiões da cidade para conseguir atender" o número crescente de pacientes no local.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), segue a mesma linha. Ele afirmou, em entrevista à TV Globo, que este fim de semana será o termômetro para adoção ou não de medidas mais restritivas.

"Se nós não elevarmos para mais de 60% na próxima semana, a prefeitura [da capital] e o governo tomarão medidas mais rígidas. Eu queria evitar isso porque medidas mais rígidas significam que as pessoas poderão receber não só multa, advertência, mas também voz de prisão", disse.

"Se não houver, neste final de semana, consciência das pessoas, a partir da segunda-feira o governo tomará medidas mais rigorosas e mais duras, inclusive com a penalização e prisão das pessoas que desrespeitarem a orientação. Eu espero que não tenhamos que chegar nesse patamar e nesse nível, mas se tivermos que fazer é pela preservação da vida", completou.

​Na capital paulista existem, até o momento, 18.859 casos suspeitos de Covid-19, 6.379 casos confirmados e 412 mortes em decorrência do novo coronavírus. Ao todo, o Brasil já contabiliza 19.638 casos confirmados da doença e 1.056 mortes, segundo dados do Ministério da Saúde referentes a atualização desta sexta-feira (10).

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