O paulistano enfrentou trânsito lento e congestionamento nesta segunda-feira (4) nos pontos de bloqueio realizados pela prefeitura para tentar desincentivar as pessoas a saírem de casa por causa do grande número de casos do novo coronavírus. Segundo a gestão
A prefeitura realizou bloqueios das 7h às 9h no cruzamentos da avenidas Moreira Guimarães x rua Miruna (zona sul), nas avenida Santos Dumont x avenida do Estado (zona norte), na avenida Francisco Morato x rua Sapetuba (zona oeste) e na avenida Radial Leste x rua Pinhalzinho (zona leste).
Os bloqueios foram realizados por agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), GCM (Guarda Civil Metropolitana) e CPTran (Comando de Policiamento de Trânsito).
Os funcionários de uma oficina de manutenção de eletrodomésticos próxima da avenida Francisco Morato, e que vão trabalhar de ônibus, atrasaram cerca de uma hora na manhã desta segunda, apesar de as faixas do transporte público estarem liberadas, de acordo com o gerente do local, Gustavo Toribo, 35 anos, por causa do bloqueio na esquina. Segundo ele, quem foi de carro conseguiu fazer um caminho alternativo e chegou no horário.
"Como vim no sentido oposto, não enfrentei trânsito, mas do outro lado havia engarrafamento", afirmou Toribo. "Sou favorável aos bloqueios. Só venho trabalhar porque a empresa é considerada de serviço essencial, mas as pessoas devem ficar em casa", disse ele, afirmando que a loja mudou os procedimentos de atendimento no balcão, além de os funcionários serem obrigados a usar máscara de proteção.
"Essa é uma região com muito trânsito. Nos primeiros dias da quarentena [em março] isso aqui ficou deserto, mas o trânsito foi aumentando dia a dia", afirmou.
No cruzamento entre a avenida Moreira Guimarães e a rua Minura motoristas também enfrentaram lentidão. O faxineiro Belmiro Félix do Souza, 51, que trabalha em uma concessionária de veículos na esquina, atrasou meia hora para chegar de ônibus, por causa do afunilamento no trânsito. Apesar disso, ele se disse favorável à ação. "Só venho trabalhar porque é preciso manter o local limpo."
O mestre de obras Silvano Souza, 48 que trabalha na obra de uma loja de calçados próxima ao local do bloqueio, também contou que o congestionamento atrapalhou o trânsito. "Vejo o fluxo de veículos aumentar todos os dias", disse.
Segundo a prefeitura, neste cruzamento o bloqueio provocou 2,2 km de congestionamento durante o período de fechamento parcial da via. Mas o fluxo de veículos continuou pela manhã. Por volta de 11h30, a reportagem contou a passagem de 40 veículos sentido centro, em apenas 1 minuto.
Nas demais vias, de acordo com a gestão Covas, houve 1 km de congestionamento no ponto da zona norte, 1,8 km no da zona leste e 400 m no da zona oeste.
Na cidade como um todo, segundo a CET, o índice de congestionamento foi de 11 km, entre 8h e 9h.
Na quinta-feira (30), véspera de feriado, a companhia disse que o índice de congestionamento ficou em 18 km, às 8h. O número foi recorde durante a quarentena.
"Quanto ao índice de lentidão, a cidade apresentou pico de 21 km às 8h, de acordo com a metodologia de medição realizada pela CET a partir de parceria com o [aplicativo] Waze", afirma nota da prefeitura. As maiores lentidões, entre as 7h e 9h, segundo o texto, foram registradas nas avenidas Washington Luís (11,76%), Raimundo Pereira de Magalhães (10,54%), Radial Leste (9,85%), Carlos Caldeira Filho (8,10%) e na Estrada de Itapecerica (7,39%).
De acordo com a prefeitura, a restrição ao fluxo de veículos imposta na capital tem o objetivo de colaborar para o aumento da taxa de isolamento social na cidade, que até neste domingo (3) estava em 58%.
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