A polícia investiga o desaparecimento da líder comunitária Vera Lúcia da Silva Santos, 64 anos, no Grajaú (zona sul da capital paulista), na última quinta-feira (16). No sábado (18), seu carro foi encontrado queimado com um corpo carbonizado no porta-malas, que ainda não foi identificado.
Vera desapareceu após receber um telefonema e sair da OSC (Organização da Sociedade Civil) Auri Verde, onde trabalha desde 1992.
Um amigo de Vera, que pediu anonimato, afirma ter presenciado o momento em que ela recebeu uma ligação telefônica, por volta das 10h20 de quinta-feira (16). “Ela respondeu tá, tá, ok, ok, e saiu sem falar para onde ia em seguida”, diz. A testemunha afirmou ao Agora que Vera costumava se deslocar sempre com um motorista, mas que na quinta saiu sozinha.
A entidade presidida por Vera atua há 28 anos na região. Atualmente, a ONG administra seis creches e um centro de juventude, onde são oferecidos cursos de capacitação à comunidade. Vera também pertence ao Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) da região. “Estranhei, pois a dona Vera saiu sem o motorista, dirigindo ela mesma o carro, sem falar para onde ia”, pontuou o amigo. Desde então, a líder comunitária não foi mais vista.
O carro dela, um Volkswagen Fox, modelo 2010, foi encontrado destruído pelo fogo, por volta das 10h do sábado por policiais militares que faziam ronda pela rua Doutor Pedro de Castro Valente. Após pesquisarem as placas do veículo, os agentes constataram que um boletim de ocorrência havia sido registrado, informando o desaparecimento da líder comunitária. Em seguida, os policiais encontraram um corpo carbonizado no porta-malas do veículo.
O amigo disse que, ainda na quinta, telefonou para o celular de Vera, após se preocupar com a demora da líder comunitária em retornar à ONG. As ligações foram atendidas três vezes, por uma mulher desconhecida. "A pessoa que atendeu afirmou que o número não era da Vera, mas claro que era o número dela. Depois disso, o celular foi desligado", afirmou a testemunha, acrescentando que a amiga não recebeu ameaças e que também não tinha inimigos.
O caso foi encaminhado ao 101º DP (Jardim das Imbuias), que solicitou assessoramento ao DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa). Segundo o departamento de homicídios, investigadores realizam diligências na região e aguardam o resultado de exames para confirmar se o corpo encontrado no porta malas é da líder comunitária.
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