A professora Eliana Freitas Areco Barreto foi condenada a 24 anos de prisão nesta quarta-feira (2) pelo assassinato do marido, o executivo Luiz Eduardo de Almeida Barreto, 49 anos, em 2015. A defesa dela foi procurada durante toda esta quinta-feira (3) pelo Agora, mas não foi eocntrada.
Investigações da polícia indicaram, na ocasião, que a mulher teria contratado um pistoleiro para forjar um assalto, durante o qual Barreto morreu em uma travessa da avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, no Brooklin (zona sul). Ela foi casada com a vítima por cerca de 30 anos.
As investigações ainda indicaram que a professora teria planejado o crime juntamente com o chefe de segurança Marcos Fábio Zeitunsian, para que ambos ficassem com a herança deixada por Barreto, de aproximadamente R$ 1 milhão -- R$ 500 mil da apólice de seguro e o restante em imóveis e aplicações.
A professora foi submetida a um júri popular na 1ª Vara do Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, onde a maioria dos jurados votou pela condenação dela, nesta quarta-feira.
Durante o julgamento, foram destacadas as trocas de mensagens entre a professora e o segurança, por meio de um código, com o qual articularam o assassinato, cometido por Eliezer Aragão da Silva, que foi preso no dia do crime. Ele confessou a autoria do assassinato, alegando que haviam lhe contado que a vítima abusava de crianças.
"Tais fatos evidenciam personalidade fria, calculista e manipuladora por parte da acusada, assim como aumentam o grau de reprovabilidade [culpabilidade] de sua conduta", afirmou o juiz Luis Gustavo Esteves Ferreira, em trecho de sua sentença.
O magistrado ainda negou a possibilidade de a agora condenada recorrer ao caso em liberdade, destacando a violência do crime, um homicídio triplamente qualificado, praticado contra o próprio marido.
"A possibilidade de recurso em liberdade pela condenada, após o advento da condenação pelo Conselho de Sentença, hoje regularmente constituído, a quem a legislação atribui a soberania do respectivo veredito implicaria inegável sensação de impunidade perante o corpo social", destacou o juíz.
Eliana estava presa desde 5 de agosto do ano passado, por causa de uma prisão preventiva expedida pela Justiça, na penitenciária feminina de Tremembé (147 km de SP).
Eliezer Aragão da Silva morreu em março, na Penitenciária de Presidente Bernardes, após ter passado mal.
O caso
Eliana e Zeitunsian foram presos em 3 de junho de 2015, suspeitos de serem os mandantes do assassinato de Luiz Eduardo de Almeida Barreto, na região do Brooklin (zona sul).
A polícia informou à época que a professora e o chefe de segurança contrataram o ex-detento Eliezer Aragão da Silva, 46, para matar a vítima.
Silva foi preso logo após o crime. Em seu celular, a polícia encontrou fotos do executivo, o que levantou a suspeita de crime encomendado.
A mulher e o segurança, ainda de acordo com as investigações à época, pretendiam ficar juntos após dois anos de relacionamento, além de receber cerca de R$ 1 milhão de herança do executivo.
Segundo a polícia, o dinheiro seria usado para abrir uma loja de roupas de grife em Guaratinguetá (187 km de SP), vizinha a Aparecida (180 km de SP), onde Eliana morava com o marido e os dois filhos adolescentes. Barreto trabalhava em São Paulo e voltava a Aparecida aos finais de semana.
A polícia passou a investigar Zeitunsian após descobrir que foi ele quem enviou as fotos do executivo achadas no celular do ex-presidiário. Além disso, no dia do crime, enquanto Silva era preso, o segurança ligou ao menos cinco vezes para o celular dele.
Zeitunsian foi condenado a 14 anos de prisão, em 29 de outubro deste ano. Ele alega que foi enganado por Eliana.
O delegado Jorge Carrasco explicou em 2015 que o crime era planejado havia um ano. "Com informações passadas por Eliana, Zeitunsian e Silva passaram três semanas estudando a rotina da vítima", disse na ocasião.
De acordo com a investigação, Zeitunsian pediu R$ 7.000 à professora para pagar o criminoso, mas repassou R$ 3.000 a Silva.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.