Queda de energia por pipas na rede elétrica cresce 50% em SP durante a pandemia

Foram registradas 3.375 ocorrências no estado, entre janeiro e novembro, sendo 62% na capital

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São Paulo

As ocorrências de queda de energia e oscilação do serviço causadas por pipas na rede elétrica aumentaram 50,8% no estado de São Paulo durante a pandemia de coronavírus, segundo levantamento da Enel Distribuição São Paulo.

O maior número de ocorrências aconteceu entre os meses de maio a julho, período que coincidiu com a recomendação das autoridades para o isolamento social e as férias escolares.

De janeiro a novembro deste ano, a Enel registrou 3.375 ocorrências relacionadas a pipas, enquanto que no mesmo período de 2019 foram verificados 2.238 casos. A capital concentrou 62% do total de ocorrências, com 2.361 mil casos. Seguida das das cidades de Osasco (133 casos), Carapicuíba (111), Mauá (101) e Santo André (90).

Funcionário da Enel retira pipa que estava enroscada em fio de avenida de Santo André, na região do ABC, que registrou 90 ocorrências neste ano - Rivaldo Gomes/Folhapress

“Nos meses de maio e junho houve paralisação das aulas [com a pandemia de coronavírus] e [estudantes] sem aula remota. O lazer das crianças foi soltar pipas. As férias são o período de maior incidência e nós sempre fazemos palestras em escolas e locais que têm incidência maior de ocorrências com pipas”, explicou Vinicyus Lima, porta-voz e gerente de Operação da Enel Distribuição São Paulo.

As linhas de pipas com cerol e outros produtos cortantes podem romper cabos de energia, provocar desgastes nos fios, oscilação do serviço, curtos-circuitos, interrupção do fornecimento de energia para os moradores, além de acidentes.

O porta-voz da Enel destacou que é importante reforçar os riscos de se empinar pipa próximo da rede e a necessidade dos pais orientarem as crianças e os adolescentes sobre os cuidados necessários, como não tentar resgatar qualquer pipa da rede elétrica. “Quando você fala para a criança ela entende. Se não falar nada, ela não vai ver risco”, enfatizou

Se por acaso houver um curto-circuito ou um cabo rompido da rede elétrica, Lima alerta para as pessoas não mexerem e acionarem imediatamente a Enel para fazer o reparo. “Nós temos proteções na rede na hora que acontece o curto-circuito. O rompimento [do cabo] é muito perigoso, ele desliga, mas pode ter o problema do cabo cair na cabeça de alguém”, afirmou.

A companhia diz fazer ações de manutenção na rede durante todo o ano devido a períodos críticos, como as férias escolares com as pipas enroscando nas fiações elétricas e o verão com as chuvas e ventos fortes que causam quedas de árvores. A Enel inclusive já deu início ao Verão 2020/21 para agilizar o restabelecimento do fornecimento de energia aos clientes nesta época do ano devido ao grande número de ocorrências.

Dicas de como empinar pipas de forma segura:

  • Empinar pipas em espaços abertos e afastados de fiações, como parques e campos de futebol
  • É aconselhável ter sempre um adulto acompanhando as crianças no momento da brincadeira
  • Não tentar recuperar nada que esteja pendurado na rede elétrica
  • Não amarrar linhas em pedras ou outros objetos para jogar na fiação para tentar recuperar a pipa
  • Não utilizar materiais metálicos na fabricação da pipa, como embalagens com alumínio e as fitas cassete. Eles conduzem eletricidade e aumentam a chance de choques elétricos
  • Evitar rabiolas nas pipas porque enroscam nos fios elétricos
  • Não soltar pipas na chuva porque funcionam como para-raios conduzindo energia e podem provocar acidentes fatais
  • O cerol (pó de vidro com cola) e a linha chilena (que tem poder de corte quatro vezes maior que o cerol) oferecem riscos porque podem cortar os fios de alumínio ou de cobre, levando a choques por rompimento de cabos
  • Cerol e linhas chilenas podem ser fatais para pedestres e motociclistas. Em alta velocidade, as linhas podem não ser vistas e podem causar graves acidentes
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