A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, gestão Bruno Covas (PSDB), decidiu concentrar os pacientes com as novas variantes do coronavírus em um hospital da prefeitura no bairro de Pirituba, na zona norte.
Até a noite desta quinta-feira (27), a cidade havia confirmado três casos da variante identificada no Amazonas e dois da linhagem do Reino Unido. Desses, dois são moradores de Manaus (AM) e um reside em Londres, na Inglaterra.
O hospital está com quatro pessoas internadas para tratamento da infecção gerada pelas novas cepas. Entre estes pacientes, um está em estado grave, na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Todos ainda aguardam exames para confirmar qual variante do vírus que os contaminou, segundo afirma o hospital.
Para tentar controlar a circulação da nova cepa, a prefeitura reservou dez leitos do Hospital Municipal Dr. José Soares Hungria, totalmente isolados, para o atendimento a pacientes infectados com linhagens recém-identificadas do vírus causador da Covid-19.
A pasta afirma que, “em caso de necessidade”, pode ampliar o número de vagas exclusivas. O hospital tem 100 leitos exclusivos para tratamentos de pacientes com Covid-19 e está com 70% de ocupação.
O médico Marcelo Otsuka, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, diz ser favorável à concentração dos casos em um mesmo local. “Quanto mais se restringir a disseminação das variantes, melhor é. Além disso, no geral, ter hospitais específicos para o coronavírus sempre será mais interessante.”
O especialista diz que, quanto mais pessoas contaminadas, maiores são as chances de surgirem novas mutações. “O que tem que ficar claro é que as medidas para evitar a disseminação da doença continuam exatamente iguais, como máscara, álcool gel e distanciamento social”, acrescenta.
Otsuka alerta, por outro lado, que, assim como ocorre na contabilização de casos totais da Covid-19, pode estar havendo subnotificação das infecções novas linhagens do vírus.
Para investigar a existência de mais pacientes contaminados com as novas linhagens do vírus, a secretaria orientou todas as unidades de saúde da capital a enviar para análise no Instituto Adolfo Lutz os materiais colhidos em pessoas vindas do Reino Unido e de Manaus.
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