A Secretaria Municipal de Educação, gestão Bruno Covas (PSDB), disse nesta sexta-feira (12) que parte das escolas municipais da cidade de São Paulo retornarão às aulas presenciais apenas no dia 22 de fevereiro devido à falta de serviços de limpeza e obras nas unidades. A nova data adia em uma semana o retorno dos alunos para as escolas, previsto inicialmente para a próxima segunda-feira (15).
O problema de interrupção de contratos de empresas terceirizadas de limpeza foi revelado em reportagem publicada nesta sexta-feira (12) no Agora. O encerramento do contrato no início de fevereiro afeta ao menos 12 escolas, segundo o presidente do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo), Claudio Fonseca.
Em entrevista nesta sexta-feira, a secretária-adjunta de Educação, Minéa Fratelli, afirmou que as diretorias regionais de ensino serão informadas sobre quais unidades estão nessa situação. Ela não revelou quais e quantas escolas só reabrirão as portas no dia 22 de fevereiro. Minéa adiantou, porém, que a retomada das aulas será online para aqueles que não voltarão às escolas na próxima segunda-feira (15).
Na reportagem publicada nesta sexta-feira, a Secretaria Municipal de Educação afirmou apenas que o contrato das escolas chegou ao fim e um novo será assinado.
Em grupos de docentes e funcionários nas redes sociais, não há consenso sobre qual será a postura adotada na segunda-feira. "Não podemos receber as crianças na escola dessa maneira, porque é um perigo sanitário em meio a uma pandemia", argumenta a professora da escola na zona leste.
As entidades que representam os profissionais de educação da rede municipal planejam até iniciar uma paralisação na segunda. Além do Sinpeem, apoiam a decisão o Sindesp (Sindicato dos Servidores Municipais), Sinesp (Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal), Sedin (Sindicato dos Educadores da Infância) e Aprofem (Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais).
A professora Anna Helena Altenfelder, presidente do CENPEC (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), afirma que o poder público não fez um planejamento adequado para a retomada presencial das aulas, mesmo depois de tantos meses em que as escolas ficaram fechadas na quarentena.
"A pandemia acaba escancarando situações que já aconteciam antes e já eram inaceitáveis e que nesse contexto ficam ainda mais graves", diz a especialista, a respeito de problemas enfrentados pelos alunos na volta às aulas.
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