Falta de serviços de limpeza atrasa volta às aulas presenciais em parte da rede municipal de SP

Secretaria diz que retorno dos alunos será apenas no dia 22 de fevereiro em algumas escolas

São Paulo

A Secretaria Municipal de Educação, gestão Bruno Covas (PSDB), disse nesta sexta-feira (12) que parte das escolas municipais da cidade de São Paulo retornarão às aulas presenciais apenas no dia 22 de fevereiro devido à falta de serviços de limpeza e obras nas unidades. A nova data adia em uma semana o retorno dos alunos para as escolas, previsto inicialmente para a próxima segunda-feira (15).

Funcionário faz limpeza na Emef Prof. Fernando de Azevedo, na Vila Curuça, zona leste de São Paulo - Rubens Cavallari - 11.set.2020/Folhapress

O problema de interrupção de contratos de empresas terceirizadas de limpeza foi revelado em reportagem publicada nesta sexta-feira (12) no Agora. O encerramento do contrato no início de fevereiro afeta ao menos 12 escolas, segundo o presidente do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo), Claudio Fonseca.

Em entrevista nesta sexta-feira, a secretária-adjunta de Educação, Minéa Fratelli, afirmou que as diretorias regionais de ensino serão informadas sobre quais unidades estão nessa situação. Ela não revelou quais e quantas escolas só reabrirão as portas no dia 22 de fevereiro. Minéa adiantou, porém, que a retomada das aulas será online para aqueles que não voltarão às escolas na próxima segunda-feira (15).

Na reportagem publicada nesta sexta-feira, a Secretaria Municipal de Educação afirmou apenas que o contrato das escolas chegou ao fim e um novo será assinado.

Em grupos de docentes e funcionários nas redes sociais, não há consenso sobre qual será a postura adotada na segunda-feira. "Não podemos receber as crianças na escola dessa maneira, porque é um perigo sanitário em meio a uma pandemia", argumenta a professora da escola na zona leste.

As entidades que representam os profissionais de educação da rede municipal planejam até iniciar uma paralisação na segunda. Além do Sinpeem, apoiam a decisão o Sindesp (Sindicato dos Servidores Municipais), Sinesp (Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal), Sedin (Sindicato dos Educadores da Infância) e Aprofem (Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais).

A professora Anna Helena Altenfelder, presidente do CENPEC (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), afirma que o poder público não fez um planejamento adequado para a retomada presencial das aulas, mesmo depois de tantos meses em que as escolas ficaram fechadas na quarentena.

"A pandemia acaba escancarando situações que já aconteciam antes e já eram inaceitáveis e que nesse contexto ficam ainda mais graves", diz a especialista, a respeito de problemas enfrentados pelos alunos na volta às aulas.

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